quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Pesquisador de Harvard apóia a história de um homem zumbi que teria voltado para casa após 21 anos “morto”

Ele afirma ter sido envenenado e enterrado vivo e exumado logo depois.
A religião afro-caribenha do Vudu (também chamada de Vodun ou Voodoo) possui inúmeras histórias de controle da mente e do corpo, possessão e pessoas em estado de “zumbi”.
Embora muitos sejam céticos e não acreditem na possibilidade, um pesquisador canadense diz ter encontrado uma explicação para um importante caso que ocorreu no Haiti.
Clairvius Narcisse era um homem haitiano, pobre, que nasceu gravemente doente em 1962. Seus sintomas incluíam febre, dificuldade para respirar e sensação de insetos rastejando sob sua pele. Ele foi levado para o hospital e tratado por médicos (um deles era americano e havia sido treinado nos EUA). Após alguns meses, seu estado de saúde declinou e ele foi considerado morto e enterrado em seguida.
A história de Narcisse diz que ele acordou dentro do caixão. Ele teria sido colocado em transe através de envenenamento ou sob efeito de feitiço. Na noite seguinte, ele foi exumado por um Bokor, um tipo de xamã do Vudu e levado para um local ainda desconhecido. Foi-lhe dado algum tipo de mistura para colocá-lo em estado de “zumbi”. A substância o deixou susceptível a sugestões e comandos, e ele foi forçado a trabalhar em uma plantação de cana-de-açúcar de manhã até a noite. A cada dia, a mesma mistura era dada a ele, o que mantinha seu corpo disponível para receber ordens.
Alguns presos conseguiram fugir desse cativeiro, inclusive Narcisse, que viveu 18 anos vagando e mendigando nas ruas. Em 1981, ele chegou à sua aldeia natal e foi reconhecido por sua irmã, mesmo após 20 anos. Ele também a reconheceu porque ela gritou bem alto em seu ouvido. Ela o convenceu que ele ‘era ele’, através de um apelido usado apenas na família.
Datura stramonium. Foto: Reprodução / WikipédiaCommons
Um psiquiatra foi trazido para questionar Narcisse sobre sua história. Ele foi capaz de responder corretamente todas as perguntas com base na informação dada por sua família.
Os meios de comunicação do país mostraram sua história e diversos canais de notícias de grande importância nos EUA cobriram o caso. Além disso, pesquisadores da prestigiada Universidade de Harvard pesquisaram o ocorrido.
Um deles, o etnobotânico Wade Davis (que estuda como as pessoas usam as plantas), afirmou que Narcisse realmente pode ter ficado sob influência de uma ou mais drogas para mantê-lo em estado sedativo-sugestivo.
De acordo com Davis, uma neurotoxina chamada tetrodotoxina, abreviada como TTX, é responsável pelo estado de “morte”, exatamente o estado que Narcisse apresentou ao ser declarado morto e ter sido enterrado. A toxina está disponível através de algumas espécies de sapos no Haiti. Narciso acha que seu irmão foi o responsável por fazê-lo tomar a toxina.
Doses diárias de uma toxina paralisante, aparentemente, não conseguem fazer você se tornar um escravo, mas Narcisse acredita que outra planta, chamada Datura stramonium, pode ter sido incluída na mistura que foi dada não só a ele, mas também para outros trabalhadores, produzindo efeitos de delírio, sugestionabilidade e amnésia. Doses mais elevadas produzem efeito de alucinação.
O pesquisador Davis afirma ter estado presente durante a realização de algumas dessas poções e está convencido que elas são as responsáveis pela inacreditável história vivida por Narcisse.

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