Autor:Wilson Roberto Vieira Ferreira
Pretos velhos, índios tupinambás e caboclos falando em mecânica quântica, nanotecnologia espiritual, clonagens astrais e denunciando a manipulação dessas tecnologias em sofisticados laboratórios comandados por cientistas emigrados da Terra desde a Segunda Guerra Mundial, com sombrios propósitos de influência nos bastidores da política terrestre. Esse é o Umbral (região espiritual limítrofe ao planeta) 70 anos depois das descrições feitas por André Luiz na série clássica espírita “Nosso Lar”. Quem revela isso é o espírito Ângelo Inácio através da obra do médium mineiro Robson Pinheiro. Lá como cá, tecnologias eletrônicas e digitais são usadas como recursos de engenharia para manipular climas de opinião e atingir “endereços vibratórios” (ou “receptores” como fala a Teoria da Comunicação). É a “parapolítica”, nova abordagem interdisciplinar (ou interdimensional) dos fenômenos da Política e Comunicação.
A certa altura do programa Roda Viva da TV Cultura/SP a jornalista da Folha de São Paulo Eliane Cantanhêde interpelou o entrevistado Almino Afonso (ministro da pasta do trabalho no governo João Goulart – 1962-64) a dar os nomes daqueles que traíram Jango dentro da base político-parlamentar, fragilizando-o diante da eminência do golpe militar. “A maioria deles… eu enfrentaria problemas terríveis em um plano que não sei absolutamente conviver, um plano de outra dimensão da vida (ele fala gesticulando as mãos para o alto)… é muito complicado, e eles quase todos estão mortos… imagina quantos no conjunto já morreram. Sou um dos raríssimos ministros que ainda está vivo”, responde Almino Afonso recusando a dar “nomes aos bois” como se referiu a jornalista.
Curiosa resposta que passou despercebida na entrevista, demonstrando não apenas o caráter moral (se nega a delatar pessoas que já não estão entre nós) como também um misto de respeito e temor sobre “a outra dimensão da vida” e “problemas terríveis” que isso poderia lhe custar – poderíamos especular que o seu temor estaria além da punição moral, mas o temor de os seus inimigos estarem à espera dele na “outra dimensão da vida”. Partindo de um político, um tipo de pessoa marcada pela índole pragmática e com interesses bem terrenos, é uma declaração a princípio surpreendente. Mas será mesmo?
Na grande mídia, aqui e ali temos informações esparsas sobre as relações da Política e dos políticos com o mundo que poderíamos chamar genericamente de “espiritual”. Quando matérias abordam essas conexões, é sempre em um sentido de curiosidade folclórica, bizarrice antropológica ou de mera contundência para demonstrar o quanto a classe política é desequilibrada. Casos como as relações entre a família Sarney com o conhecido pai de santo Bita do Barão, de Codó no Maranhão, cidade conhecida pelos 300 terreiros frequentados por políticos de todo o País; ou então as histórias de que tambores soaram dias e noites por uma semana em 1985 quando Tancredo Neves morreu deixando a presidência para o vice José Sarney; ou ainda o presidente Juscelino Kubitschek que não dava um passo sem consultar uma vidente mineira.
Parapolítica e Princípio da Correspondência
Mas a aproximação entre a política terrena e a “outra dimensão da vida” é mais estreita e complexa do que se supõe. Para entendermos essa dimensão alternativa dos fenômenos da política (correlações de forças tanto materiais como espirituais existentes entre governos, militares, finanças e os diversos grupos de pressão da sociedade) é necessário nos aprofundarmos naquilo que podemos chamar de “parapolítica” ( de “para” – “junto a”, “a margem de”): partindo do Princípio da Correspondência esotérico (“o que está em cima é como está embaixo, e o que está embaixo é como está em cima”) a Política deixaria de ser vista apenas como uma atividade unidimensional terrena para ser um campo de lutas de mútuas influências entre os mundos espiritual e físico. E o princípio que unificaria esses mundos seria o da ascensão simbólica por Poder.
Talvez o engenheiro químico, membro da resistência francesa na Segunda Guerra Mundial, jornalista e escritor francês Jacques Bergier tenha sido aquele que mais se aproximou dessa abordagem no livro O Despertar dos Mágicos escrito em parceria com Louis Pauwels em 1960. Além de tratar de temas do chamado realismo fantástico que mais tarde seriam a pauta da revista Planète na França (e Planeta no Brasil), com um farto números de dados, referencias e documentos aborda como o nazismo foi muito mais do que um movimento político: originado em sociedade fechadas ocultistas, seus líderes pertenciam a um mundo de videntes, médiuns, paranormais e astrólogos. Seus objetivos iam além do plano militar e político, mas, principalmente, esotérico.
A obra Nosso Lar e o moderno hermetismo
Foi com o moderno hermetismo de Madame Blavatsky e Charles Leadbeater no século XIX que o mundo espiritual começou a ser visto com outra dinâmica: dimensões que se interpenetram e se influenciam mutuamente de tal maneira que a divisão entre “vivos” e “mortos” passou a ser meramente formal, como apenas “diferentes estados e agregação da matéria”.
Essa visão concretiza-se nas descrições de André Luiz na obra Nosso Lar, psicografada por Chico Xavier em 1944, onde temos uma descrição do que ocorria no plano espiritual perto de eclodir a Segunda Guerra Mundial: “falanges obscuras do Umbral amontoam-se sobre a Europa impulsionando a mente humana para crimes”. A guerra travada em dois planos: o físico e o espiritual.
As descrições feitas há 70 anos pela série Nosso Lar ainda hoje são impactantes ao mostrar como as chamadas “forças das trevas” das regiões espirituais limítrofes em termos vibratórios com a Terra (o Umbral) eram organizações que constituíam cidades, fortalezas e exércitos disciplinados com um objetivo: conquistar corações e mentes dos encarnados para direcionar os destinos do planeta.
A influência espiritual das legiões do Umbral na Segunda Guerra Mundial
O momento histórico era o da Segunda Guerra Mundial e essas forças manipulavam substâncias etéreas como as “formas-pensamentos” (termo teosófico para designar como o pensamento humano projeto no astral formas plásticas até formar egrégoras que, em muitos casos, se autonomizam ganhando força própria) caóticas sobre o continente europeu como uma nuvem magneticamente negativa. Se a propaganda Nazi manipulava midiaticamente essas energias, no plano astral elas eram potencializadas como pensamentos viciosos e obsessivos na psicoesfera daquele continente.
As legiões das sombras
“Nunca vimos um centro espírita se reunir com o objetivo de fazer desobsessões para os repressentantes brasileiros no Congresso Nacional, para os nossos governadores ou para os representantes das Nações Unidas. Ninguém fez uma reunião mediúnica para saber quais obsessores estão envolvendo o conflito armado na Palestina”. Quem faz essa provocação é o médium mineiro Robson Pinheiro. Em livros como Aruanda e a trilogia Legião das Sombras pelo espírito de Ângelo Inácio oferece importantes descrições pormenorizadas de como as chamadas “legiões das trevas” agem nos bastidores do poder mundial e nacional.
Após 70 anos das descrições de André Luiz em Nosso Lar sobre as técnicas e estratégias de ação astral nas decisões dos encarnados aqui na Terra, Ângelo Inácio mostra como as trevas atualizaram seus mecanismos e métodos de influenciação por meio de tecnologias neurosensoriais como o uso da tradicional obsessão espiritual por meio de nano tecnologias astrais, acumuladores energéticos mentais implantados diretamente no sistema nervoso periespiritual das vítimas por cientistas, a criação de dispositivos análogos a chips no campo energético e clonagens espirituais em modernos laboratórios de pesquisa de genética astral.
Para o espírito Ângelo Ignácio, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, emigraram constantemente para o plano astral através da morte grupos de cientistas (descreve inclusive edifícios com o emblema da suástica nazi na entrada) que não mais retornaram a Terra já que se filiaram às pesquisas organizadas pelos “magos negros”. A maioria deles por mera curiosidade científica, sem saber o projeto de direcionar o cenário político do planeta a partir de seus interesses.
Os “dragões”
E quais seriam eles? A princípio energético. Seus maiores líderes (os “dragões”), seres antiquíssimos e inteligentes, exilados políticos de outros mundos, resistem por todas as formas às forças centrípetas da reencarnação: a força gravitacional que atrai todos os espíritos ao útero materno. Elementais e emanações das profundezas do planeta teriam sido as primeiras fontes energéticas para resistir à força gravitacional e criar suas organizações e hierarquias de poder. Até descobrirem o valor do fluido vital extraído dos encarnados que passou a ser mais valioso do que o ouro para nós. Sequestros dos periespíritos de encarnados em desdobramento durante o sono e a capturas dos “ovoides” (forma deteriorada periespiritual de seres perdidos no umbral tão perturbados moral e emocionalmente que teriam perdido a forma humanoide).
Para os “Dragões” a humanidade seria um estoque inesgotável de energia
Isso tudo faz lembrar todas as mitologias ao longo da História sobre o vampirismo ou as mitologias gnósticas sobre o Demiurgo que aprisionaria a humanidade dentro da sua criação para extrair dele a “Luz” – no filme Matrix a energia vital representada por uma pilha Duracel que Morpheus metaforicamente mostrou para Neo, ou em Show de Truman a “inspiração” que Truman ofereceria a todos os espectadores naquela ciadade-prisão convertida emreality show.
Mas a manutenção dessa ordem, por assim dizer, anti-gravitacional exige o domínio político completo da humanidade: as egrégoras de formas-pensamento caótica dos humanos (ódio, ressentimento, humilhação, ambição etc.) projetadas no Plano Astral sustentariam energeticamente essa estrutura hierárquica de dominação que se pretende interdimensional.
Filmes como Ink (2009 – que descreve como uma organização fascista astral sequestra espíritos e instiga sentimentos de ressentimento e humilhação no plano físico) ou O Advogado do Diabo (1997 – onde o próprio Diabo tem um plano de, através de um escritório de advocacia, absolver generalizadamente todos os culpados do planeta “até que o cheiro da merda alcance Deus”, como fala o próprio em uma sequência).
Brasil: uma “dor de cabeça” para as estratégias do Umbral
Livro da trilogia “Reino das Sombras”
É como politicamente essas falanges astrais interveem nos bastidores políticos? No livro Aruanda de 2004, descreve-se a descoberta de um plano que foi parcialmente desbaratado pela intervenção de forças do Plano Superior: descobrem em um laboratório na Serra de Itatiaia, no Rio de Janeiro, um laboratório com duplicatas astrais de diversos traficantes, líderes de comandos de extermínio e de homens ligados ao governo crioca – “duplos” ou “clones astrais” para indução hipnótica para, à distância, influir em ações e decisões.
No livro Legião de 2011, Ângelo Ignácio narra a infiltração de um grupo de sensitivos encarnados em desdobramento e agentes do Plano Superior em uma conferência internacional em um gigantesco prédio com uma suástica no pórtico do pavilhão nas profundezas do mundo umbralino que, numa correspondência geográfica, estaria nas profundezas oceânicas da Terra. Presentes muitos políticos, presidentes, diplomatas e secretários de Estado de grandes potencias mortos ou em estado de desdobramento astral no momento do sono na Terra.
Em pauta estava a desestabilização proposital do sistema econômico global. Com o colapso financeira haveria desespero e sangue “e as pessoas do planeta terão o mínimo de tranquilidade para pensar sua vida espiritual”, diz uma secretária de Estado em desdobramento que, as pistas do texto indicam, é dos EUA.
E continua:
“Precisamos atacar alguns sistemas de governo ou, ainda com mais propriedade, a população de alguns países, pois eles representam um trunfo para nossos adversários, os filhos do Cordeiro. Alguns países da América do Sul, como Brasil e Venezuela, Argentina e Chile, precisam urgentemente ser acoplados ao nosso sistema de poder de forma definitiva. Alguns passos têm sido dados nesse sentido. Não ignoram os senhores que o Brasil, especificamente, representa um centro de ideias que para nós é fonte constante de dor de cabeça, bastante complicado administrar”. “Tentaremos convencer políticos influentes a nos auxiliarem na execução de nossos planos. Caso se oponham, mesmo que indiretamente, ou se porventura se mantiverem ao abrigo de seus mentores, usaremos da coerção sob todos os aspectos. Os cientistas astrais desenvolvem atualmente seres artificiais ou clones que poderão ser extremamente eficientes na manipulação mental dos representantes políticos de muitas nações. Nossos agentes estão por toda parte, objetivando colher o máximo de informações, para então submetê-las à apreciação dos senhores de nosso império.” (PINHEIRO, Robson. Legião – Um olhar sobre o Reino das Sombras. Contagem: Casa dos Espíritos, p. 130
Partindo de um ponto de vista doutrinário umbandista, Robson Pinheiro mostra como as organizações do Umbral se sofisticaram tecnologicamente, abandonando os tradicionais ebós, despachos e objetos rituais tradicionais de feiticeiros ou pais de santo para atingir seus “endereços vibratórios”. Suas novas técnicas e métodos emergem das tecnologias quânticas, digitais e eletrônicas, estados vibracionais de matéria mais próximos dos planos astrais, como os pensamentos.
Por isso a parapolítica propõe uma realidade que deveria ser óbvia para ciências “materialistas” como a Política e a Comunicação: se cada vez mais essas dimensões da cultura são influenciados por engenharias bem terrenas (midiáticas) que buscam a manipulação de percepções e climas de opinião (conceitos em si mesmos etérios ou abstratos), fenômenos como os de sincromisticismo e obsessões individuais e coletivas não podem mais ser desprezados. Tanto aqui como lá, percepções e climas são manipulados por ferramentas eletrônicas e digitais.
Fonte : http://clovismoliveira.wordpress.com/page/2/
Ficha Bibliográfica
Título: Aruanda | ||||||
Autor: Robson Pinheiro pelo espírito de Ângelo Inácio | ||||||
Cidade: Contagem, MG | ||||||
Editora: Casa dos Espíritos | ||||||
Ano: 2004 | ||||||
ISBN: 8599818112Ficha Bibliográfica
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