O
mundo ainda não viu uma forma mortal do vírus da gripe aviária que possa se
espalhar facilmente entre os seres humanos e provocar um surto global, mas isso
não significa que não vai acontecer, disseram cientistas nesta quinta-feira
(21). Um estudo sobre o vírus H5N1 foi publicado na revista "Science"
desta semana.
Depois
de investigarem dados de 15 anos sobre o vírus da gripe aviária na natureza, os
pesquisadores acreditam que algumas cepas já estão a meio caminho de adquirir
as mutações necessárias para se transformar em uma forma que poderia causar uma
devastadora pandemia no homem.
"As mutações remanescentes podem evoluir em um único hospedeiro humano, fazendo de um vírus que se desenvolve na natureza uma ameaça potencialmente séria", afirmou o líder da pesquisa, Derek Smith, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Funcionários
da agência de saúde de Hong Kong colocam galinhas mortas dentro de sacos de
lixo em um mercado de aves nesta quarta-feira (21). Serão abatidos cerca de 17
mil frangos após umas galinha morta ser diagnosticada com H5N1, o vírus da
gripe aviári.
Atualmente a gripe aviária pode ser transmitida de aves para aves, e de aves para humanos, mas não de humanos para humanos – como o que ocorreu com a gripe suína (H1N1) em 2009. Quando passa de aves para homens, é geralmente fatal.
Dois
estudos anteriores, de pesquisadores nos Estados Unidos e na Europa,
descobriram que, com apenas cinco mutações, o H5N1 pode se tornar transmissível
pelo ar entre mamíferos, potencialmente incluindo o contágio de pessoa a
pessoa.
Esses
trabalhos causaram controvérsias porque os autores manipularam os vírus em
laboratório para produzir novas cepas mutantes.
Até agora, os cientistas não estão certos se essas mesmas mutações poderiam se desenvolver na natureza. Mas o pesquisador Colin Russell, parceiro de Smith, diz que o atual estudo mostra que isso é possível.
"Vírus
que têm duas dessas mutações já são comuns em aves, o que significa que há
vírus que teriam que obter apenas três mutações adicionais em um humano para se
tornarem transmissíveis pelo ar", explicou.
Até
agora, o H5N1, detectado pela primeira vez em Hong Kong, em 1997, já infectou
dezenas de milhões de patos, gansos, galinhas e outras aves. As pessoas
contaminadas – 606, das quais 357 morreram – tiveram, na maior parte, contato
próximo com as aves.
Fonte: G1
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