quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O dia em que o mundo acabou.




Nesse dia em que o mundo acabou foi quando levantei o primeiro véu da nossa "cultura" e percebi que estamos todos voltados para o "devir" para uma evolução torpe e que em nada muda, e apenas se repete, é a política dos homens do mundo, as artes dos homens do mundo, a moda dos homens do mundo, as guerras dos homens do mundo, a piedade dos homens do mundo, a compaixão dos homens do mundo, as religiões dos homens do mundo, um eterno dia-a-dia que não acaba.

Não importa onde se vá, não vamos a lugar algum.

Veja por si, temos a linha do horizonte que é inalcançável, temos os ponteiros do relógio que se repetem a cada vinte e quatro horas, temos as pessoas que vem e que vão, nascem e morrem como se fossem moscas. E a isso tudo chamam "vida", até dizem são os designíos de uma força sobrenatural. Então com esse paradigma se conformam - "do pó vieste e para o pó retornarás".
Entretanto, tudo é produto de uma "cultura" que através dos tempos petrificou os seus dogmas no mais profundo recôndito do "ser humano". E por conta disso é muito difícil quebrar esses paradigmas, muitos hoje em dia clamam por justiça, mas não sabem o que significa justiça, entendem que a justiça é algo que precisa ser feito externamente para os outros e com isso se esquecem de si, da justiça interna, da liberdade que não possuem.

Antes de pedir justiça ao mundo, primeiro é preciso estar livre para saber o que é a liberdade, depois sim podemos pedir justiça aos outros. Caso contrário seremos apenas seres replicantes da "cultura" atual, ou seja "papagaios" que repetem tudo sem ter a menor noção do que diz.

Vejam a seguir um excerto do livro Belicena Villca.
Tibiriça

O Mistério de Belicena Villca

No homem adormecido o Eu se acha sujeito à razão. Ela é o timão que guia o rumo de seus pensamentos de que por nada no mundo se apartaria; fora da razão estão o medo e a loucura. Mas a razão opera a partir de elementos culturais. Já se viu de que maneira as “premissas culturais preeminentes” participam na formação de uma “lei da natureza”. De modo que o jugo que o Inimigo tem cercado em torno do Eu é formidável. Poder-se-ia dizer, em sentido figurado, que o Eu se encontra prisioneiro da razão e seus aliados, as premissas culturais. E todos compreenderiam o sentido desta figura.

Isso se deve a que existe uma clara correspondência analógica entre o Eu, no homem adormecido, e o conceito de “cativeiro”. Por esta razão desenvolverei na continuação uma alegoria na qual se fará evidente a correspondência apontada, o que permitirá logo, compreender a estratégia secreta que os deuses Leais praticam para contra-atacar a arma cultural da Sinarquia.

Começarei a apresentar a alegoria fixando a atenção em um homem, a quem foi tornado prisioneiro e condenado, de maneira inapelável, à reclusão perpétua. Ele desconhece esta sentença, assim como qualquer informação posterior a sua captura procedente do mundo exterior; pois foi decidido mantê-lo indefinidamente incomunicável. Para tal, foi encerrado em uma torre inacessível, a qual se acha rodeada de muralhas, abismos e fossos, e onde se resulta, aparentemente, impossível todo intento de fuga.

Uma guarnição de soldados inimigos aos quais não é possível dirigir-se sem receber algum castigo, se encarrega de vigiar permanentemente a torre. São desapiedados e cruéis, mas terrivelmente eficientes e leais: nem pensar em comprá-los ou enganá-los. Nestas condições não parecem existir muitas esperanças de que o prisioneiro recobre alguma vez a liberdade. E, entretanto, a situação é bem outra. Se bem de fora da Torre a saída está cortada pelas muralhas, fossos e soldados, de dentro é possível sair diretamente ao exterior, sem tropeçar em nenhum obstáculo.

Como? Por meio de uma saída secreta cujo acesso se encontra habilmente dissimulado no piso da cela. Naturalmente, o prisioneiro ignora a existência dessa passagem, como tampouco o conhecem seus carcereiros.

Suponhamos agora que, seja porque se tenha convencido de que é impossível escapar, seja porque desconhece sua qualidade de cativo, ou por qualquer outro motivo, o prisioneiro não mostra predisposição para a fuga: não manifesta nem valor nem ousadia e, por suposto, não busca a saída secreta.

Simplesmente se acha resignado a sua precária situação. Indubitavelmente é sua própria atitude negativa o pior inimigo já que, de manter vivo o desejo de escapar, ou ainda, se experimentasse anostalgia pela liberdade perdida, se revolveria em sua cela onde existe, ao menos, uma possibilidade em um milhão de dar com a saída secreta por casualidade. Mas não é assim e o prisioneiro, emsua confusão, adotou uma conduta aprazível que, à medida que transcorrem os meses e os anos, se torna cada vez mais pusilânime e idiota.

Havendo-se entregue a sua sorte, só caberia esperar para o cativo uma ajuda exterior; a qual só pode consistir na revelação da saída secreta. Mas não é tão simples de expor o problema, já que o prisioneiro não deseja ou não sabe que pode fugir segundo se disse. Devem-se, pois, cumprir duas coisas:

1) conseguir que assuma sua condição de prisioneiro, de pessoa a quem foi tirada a liberdade, e, no possível, que recorde os dias dourados quando não existiam celas nem cadeias. É necessário que tome consciência de sua miserável situação e deseje ardentemente sair, previamente a...

2) revelar-lhe a existência da única possibilidade de fugir. Porque bastaria, agora que o prisioneiro deseja fugir, somente com que saiba da existência da saída secreta. A esta ele a buscará e encontrará por si mesmo.

Exposto assim, o problema parece muito difícil de resolver: é necessário mexer com ele, despertá-lo de sua letargia, orienta-loe depois revelar-lhe o segredo. Por isso é hora de já perguntar-se: há alguém disposto a ajudar ao miserável prisioneiro? E se houver, como se solucionaria para cumprir as duas condições do problema?

Devo esclarecer que, afortunadamente, há outras pessoas que amam e procuram ajudar o prisioneiro.

São aqueles que participam de sua etnia e habitam num país muito distante, o qual se encontra em guerra com a Nação que o aprisionou. Mas não podem intentar nenhuma ação militar para libertá-lo, devido às represálias que o Inimigo poderia tomar sobre os incontáveis cativos que, além da torre, mantém em suas terríveis prisões. Trata-se, pois, de dirigir a ajuda da maneira prevista:despertá-lo, orientá-lo e revelar-lhe o segredo.

Para isso é preciso chegar até ele, mas como fazê-lo se está trancado no coração de uma cidadela fortificada, saturada de inimigos em permanente alerta? Há que descartar a possibilidade de infiltrar um espião devido às diferenças étnicas insuperáveis: um alemão não poderia infiltrar-se como espião no exército chinês, do mesmo modo que um chinês não poderia espionar o quartel das Sem poder entrar na prisão e sem possibilidade de subornar ou enganar os guardiões, somente resta o recurso de fazer chegar uma mensagem ao prisioneiro.

Porém, enviar uma mensagem parece ser tão difícil como introduzir um espião. Em efeito; no improvável caso de que uma gestão diplomática conseguisse a autorização para apresentar a mensagem e a promessa de que esta seria entregue ao prisioneiro, isso não serviria de nada porque só o fato de que tenha que atravessar sete níveis de segurança, onde seria censurada e mutilada, torna completamente inútil esta possibilidade.

Além disso, por tal via legal (prévia autorização), se imporia a condição de que a mensagem fosse escrita em uma linguagem clara e acessível ao Inimigo, que logo censuraria parte de seu conteúdo e transporia os termos para evitar uma possível segunda mensagem cifrada. E não nos esqueçamos que o segredo da saída oculta tanto interessa que conheça o prisioneiro, como que o ignorem o Inimigo. E o primeiro: que dizer em uma mera mensagem para conseguir que o prisioneiro desperte, se oriente, compreenda que deve escapar? Por mais que o pensemos fica claro que no final a mensagem deve ser clandestina e que a mesma nao pode ser escrita. Tampouco pode ser óptica devido a que a pequena janela de sua cela permite observar somente um dos pátios interiores, até onde não conseguem chegar sinais do exterior da prisão.

Nas condições expostas, não fica evidente, sem dúvida, de que maneira podem seus Kameraden dar solução ao problema e ajudar o prisioneiro a escapar. Talvez se encontre a luz caso se tenha presente que, diante de todas as precauções tomadas pelo Inimigo para manter ao cativo desconectado do mundo exterior, não consigam isolá-lo acusticamente. (para isso teriam de tê-lo, como a Kaspar Hauser, em uma cela a prova de som).

Fonte: O Mistério de Belicena Villca
Por Nimrod de Rosario

Via http://prezadocarapalida.blogspot.com.br/

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