segunda-feira, 1 de abril de 2013

Crença que rejeita a ciência não merece respeito, diz Dawkins


Richard Dawkins
"Se ninguém leva a sério Thor, por que
deve ser diferente com o deus cristão?"
O biólogo evolucionista britânico Richard Dawkins (foto), 72, afirmou que crença religiosa 
que se coloca contra o consenso da comunidade científica não merece nenhum respeito. 
“Uma coisa é uma pessoa dizer que acredita em Papai Noel e manter esta crença dentro de 
sua família, ainda que eu considere uma pena para os filhos. Mas quando começam a ensinar 
que a Terra tem apenas cerca de 10 mil anos, aí eu acho um absurdo e quero lutar contra isso.”

Ele discordou da afirmação de que as religiões são importantes porque fornecem códigos 
morais à sociedade. Tanto que, disse, por causa das crenças, “até bem recentemente considerá
vamos a escravidão como algo normal e também que as mulheres não deveriam participar dos 
processos democráticos”.

Em entrevista a Ronaldo Ribeiro, colaborador da Folha de S.Paulo nos EUA, Dawkins afirmou 
que não sabe se Deus existe, assim como “não sabemos se fadas existem.”

Acrescentou que ninguém leva a sério a existência dos deuses Thor, Zeus, Dionísio ou Shiva. 
“Por que deveria ser diferente com o Deus cristão ou com o judeu ou com o muçulmano?”

Dawkins afirmou que muitas pessoas acreditam no sobrenatural porque são “preguiçosas, 
covardes e derrotistas”. “[Elas] afirmam que não conseguem explicar, portanto deve ser 
algo sobrenatural”, quando deveriam dizer “eu ainda não sei, mas estou trabalhando para 
saber”.

Disse que não se deve perder tempo com divindades, até que haja prova de que alguma delas 
existe ou existiu.

Ao responder uma pergunta sobre a queda do número de católicos no Brasil e o aumento de 
evangélicos, falou não estar informado sobre o contexto do país, mas supõe que esse fenômeno 
se deva ao apelo social das igrejas evangélicas para atrair os jovens. Ele citou como exemplo os 
Estados Unidos, onde os cultos são como shows, se canta e dança.

Dawkins se encontra nos Estados Unidos em mais uma temporada de palestras que tem atraído 
milhares de pessoas. "Fila dando volta no quarteirão. Parecia estreia de um filme de Hollywood", 
escreveu Ribeiro, que se encontrou em março com o cientista na Universidade de da Pensilvânia.


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