A palestra aborda o aspecto da crise finaceira mundial, a professora explica as causas da crise voltando lá em 1929, que foi onde surgiu a regulamentação do mercado financeiro através de instituições, a alavancagem dos derivativos que criou uma imensa bolha de pura aposta e especulação (lembrando que Lindsey William sempre disse que esse seria o problema).
Grandes bancos abarrotados desse ativos sem rastro real estiveram a ponto de quebrar e então os países ricos (EUA e Europa) se endividaram para salvar os bancos...surgiram então os "bad banks" que não é algo divulgado na mídia, que é um mercado financeiro paralelo desses papeis tóxicos e que de acordo com a professora, estão sendo transferidos para o Brasil, já que o risco de contágio da crise europeia para os países em desenvolvimento é fato consumado, só não aconteceu em 2008, porque os bancos brasileiros não estavam tão comprometidos em derivativos, mas depois da crise começou um relaxamento das normas aqui e através dos fundos financeiros como Fundo do pré-sal e Fundo da Pensão Previdenciária que podem realizar operações com derivativos, uma proposta sugerida pelo FMI...óbvio!
Ocorreu uma operação de alavancagem que os bancos fizeram em cima de derivativos sem lastro e o Estado assumiu isso como dívida pública. Isso é dívida pública?
A exemplo dos EUA, o FED injetou mais de 16 trilhões de dólares nos bancos (superior ao PIB americano 14,5 trilhões), só o City Bank recebeu 2 trilhões de dólares. 50 empresas financeiras no mundo controlam o setor financeiro através de mais de 43.000 empresas que estão altamente conectadas entre si.
Ela fala sobre as consequências da dívida como as medidas de austeridade para o pagamento da dívida que bondosamente os governos assumiram...Sem contar que a professora enche os pulmões para falar sobre a grande mídia corrupta financiada pelo setor financeiro.
"O esgotamento do modelo capitalista não vai se dobrar e admitir que está esgotado, ele vai procurar todas as formas possíveis e imaginárias de continuar com acumulação".
O setor financeiro gera as crises e acaba beneficiado com isso porque o povo paga a conta. Foi assim no Brasil na década de 80 e está sendo assim agora na Europa e EUA. (Também já vimos David Icke explicando a mesma coisa em os 3 estágios da crise).
Aos 30 minutos é abordado a economia brasileira. O Brasil não é qualquer país é um paradoxo, apesar de 500 anos de esfoliação o Brasil ainda é o 6º país mais rico do mundo, mas o 3º pior em distribuição de renda.
Dos 12 novos bilionários brasileiros, 8 são banqueiros.
Em 2011, metade do orçamento do Brasil (que cobra os juros mais caros do mundo) é destinado a juros e amortização da dívida externa, enquanto 2,9% para educação, 4,7% para saúde, 0,32% para ciência e tecnologia, 0,02% para saneamento que diz a lenda é básico, 0,04% para a cultura, 0% para habitação.
Que dívida é essa?
A dívida externa começou na década da ditadura e atualmente está em 400 bilhões de dólares, muita gente acredita que Lula acabou com a dívida quando pagou o FMI, mas ele pagou só a dívida com o FMI e a dívida com os bancos continua subindo, o Brasil só mudou de credor, pagando ao FMI uma divida que custava 4% ao ano de juros e pra pagar o FMI o Brasil emitiu dívida interna pelo Tesouro que na época pagava juros de 19% ao ano, só mudou de mãos, ao invés de dever ao FMI devemos aos banqueiros que compram títulos da dívida interna a 19%.
Na década de 70, 75% da dívida era privado, de bancos e multinacionais instaladas aqui, depois os próprios bancos credores elevaram as taxas de juros de 5 para mais de 20% ao ano, provocaram uma crise e aí a organização FMI mais beneficente do mundo veio ajudar...Foi assim que o FMI entrou no Brasil, uma crise
provocada pelos próprios bancos (veja entrevista de David Icke) que antes haviam seduzido o país a assumir empréstimos.
Na década de 80 essas dívidas do setor privado foram transferidas para Banco Central do Brasil que ficou conhecida como a década perdida, porque o crescimento no Brasil ficou estagnado.
A dívida interna que não é interna porque quem compra os títulos são os bancos estrangeiros, explodiu depois do plano real e atualmente é de 2 trilhões e meio. O estado do Amazonas em 1998 devia 120 milhões mas o valor refinanciado foi para mais de 536 milhões, por conta de 417 milhões de dívidas do PROES, que é um Programa de Saneamento dos Bancos.
O que foi isso que virou dívida pública? Nós estamos pagando! Atualmente a dívida do Amazonas é mais de 2 bilhões.
Ela explica sobre a entrada de dólares no Brasil, apelidada pela presidenta de tsunami perfeitamente, deu o seguinte exemplo:
É como ter uma cachoeira jorrando do telhado e ao invés de tapar o buraco, cada um pega um lencinho e tenta enxugar a água.
O dólar entra, o BC percebe que tem muita moeda em circulação e precisa enxugar, se não provoca inflação, então ele troca os dólares por títulos da dívida brasileira que paga os maiores juros do mundo.
O Banco Central empresta os dólares que entraram aqui para os EUA comprando título da dívida americana, a juros quase zero, nós estamos financiando os EUA e o resultado é prejuízo do BC em 2009 de 147 bilhões e em 2010 50 Bilhões, que não aparece na mídia.
Isso não pode ser considerado dívida pública e nós todos estamos pagando! Pagamos uma dívida que nunca foi auditada.
FHC em 8 anos pagou 2,029 trilhões e Lula em 8 pagou 4,763 trilhões, em 16 anos são 6,8 trilhões e ainda restam 3 trilhões para pagar? É uma máquina!
Em 2007 o presidente do Equador criou uma comissão oficial para fazer auditoria da dívida e a Prof. Dra Maria Lucia Fattorelli fez parte da equipe, que resultou em anulação de 70% da dívida externa.
A palestra é fantástica, essa professora é o Gevaerd do mundo financeiro, fica a dica que foi sugerida pelo leitor Donizete.
Ravena
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