Igreja ajudou a derrubar Allende e depois apoiou a ditadura militar
O Wikileaks publicou hoje (8) quase dois milhões de documentos
diplomáticos secretos dos Estados Unidos, que datam dos anos 70, incluindo
vários que revelam a cumplicidade do Vaticano no golpe em 1973 de Estado contra Salvador Allende (foto) no Chile e sua colaboração
e apoio à ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Um dos documentos, datado de 18 de outubro, revela que o então substituto do secretario de Estado Vaticano, Giovanni Benelli, expressou a diplomáticos dos EUA “sua grande preocupação, e do papa Paulo VI, pela exitosa campanha internacional esquerdista para falsear completamente as realidades da situação chilena”.
Um dos documentos, datado de 18 de outubro, revela que o então substituto do secretario de Estado Vaticano, Giovanni Benelli, expressou a diplomáticos dos EUA “sua grande preocupação, e do papa Paulo VI, pela exitosa campanha internacional esquerdista para falsear completamente as realidades da situação chilena”.
Segundo o documento, o então secretário de Estado do Vaticano saiu em
defesa dos golpistas perante o corpo diplomático nos Estados Unidos e
qualificou de propaganda comunista as denúncias sobre as violações aos direitos
humanos da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1900).
“Benelli classificou de exagerada a cobertura dos acontecimentos como possivelmente o maior êxito da propaganda comunista, e sublinhou o fato de que inclusive círculos moderados e conservadores pareciam muito dispostos a crer nas mentiras mais grosseiras sobre os excessos da Junta chilena” diz um comunicado do Departamento de Estado.
“Benelli classificou de exagerada a cobertura dos acontecimentos como possivelmente o maior êxito da propaganda comunista, e sublinhou o fato de que inclusive círculos moderados e conservadores pareciam muito dispostos a crer nas mentiras mais grosseiras sobre os excessos da Junta chilena” diz um comunicado do Departamento de Estado.
De acordo com comunicado “a Arquidiocese em Santigado, o cardeal [Raul]
Silva e o Episcopado chileno em geral asseguram ao para Paulo que a Junta está
fazendo todo o possível para que a situação volte à normalidade e que as
histórias dos meios internacionais que falam de uma repressão brutal não tem
fundamento”.
Considerado o "número dois" do papa Paulo VI, Benelli foi o escolhido para receber o ex-presidente dos EUA Richard Nixon ao descer de um helicóptero na Praça de San Pedro em 1969, para selar a aliança anticomunista entre a Casa Branca e o Vaticano.
O relatório Retting, realizado pela Comissão da Verdade e Reconciliação da 1991 e que contabilizou apenas execuções e desaparecimentos, reconheceu um total de 2279 mortes cometidas pelo Estado durante a ditadura Pinochet.
Considerado o "número dois" do papa Paulo VI, Benelli foi o escolhido para receber o ex-presidente dos EUA Richard Nixon ao descer de um helicóptero na Praça de San Pedro em 1969, para selar a aliança anticomunista entre a Casa Branca e o Vaticano.
O relatório Retting, realizado pela Comissão da Verdade e Reconciliação da 1991 e que contabilizou apenas execuções e desaparecimentos, reconheceu um total de 2279 mortes cometidas pelo Estado durante a ditadura Pinochet.
Já a Comissão Valech, batizada com esse nome para homenagear o ex-bispo
de Santiago, Sergio Valech, ampliou a pesquisa sobre a repressão e enumerou
mais de 30 mil vítimas em relatório apresentado em 2004, do qual 28 mil são
relacionadas a detenções ilegais, tortura, execuções e desaparecimentos.
O segundo relatório da Comissão Valech, entregue em agosto de 2011 ao
presidente Sebastián Piñera, reconhece mais de 40 mil vítimas.
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