sábado, 25 de janeiro de 2014

A Ameaça Alienígena – parte 3





A Ameaça Alienígena, um relatório Secreto dos Objetivos e os planos dos Alienígenas. Livro de David M. Jacobs.
Tenho recebido milhares de telefonemas e cartas de pessoas que têm lembranças de experiências fora do comum e são grandemente perturbadas por elas. Durante anos, elas tentaram, em vão, descobrir a origem dessas memórias. Elas pensam que eu posso ajudá-las.
É claro que o fato de uma pessoa ter experienciado eventos fora do comum não significa que ele ou ela seja necessariamente um(a) abduzido(a). Desenvolvi um processo de triagem para eliminar aquelas pessoas que não apresentam seriedade em seus propósitos (elas podem estar meramente seguindo um palpite), as que não estão emocionalmente preparadas para examinar suas experiências, e as que, na minha opinião, não tiveram experiências sugerindo que sejam abduzidas.
Edição e imagens: Thoth3126@gmail.com
A Ameaça Alienígena – Relatório Secreto, Objetivo e os planos dos Alienígenas. Livro de David M. Jacobs.
Capítulo III – Sombras da Mente
Primeiro, eu as submeto propositadamente a uma série de testes. Exijo que elas preencham um questionário sobre as experiências que as impeliram a aparecer, e sobre outras que não perceberam que poderiam ser parte do fenômeno de abdução (por exemplo: ”Você já viu um fantasma?”). Peço-lhes que me enviem o questionário e me telefonem mais tarde. Analiso o questionário e decido se suas experiências são bastante significativas para justificar uma investigação mais profunda sob hipnose. Quando falo com elas novamente, tento persuadi-las a não examinar o que pode ser uma caixa de Pandora.
Advirto-as severamente sobre os perigos que envolvem prosseguir com a hipnose e descobrir um evento de abdução: elas podem ficar deprimidas, ter perturbações de sono, sentir-se emocionalmente isoladas e assim por diante. De fato, elas poderiam estar trocando um grupo de problemas por outro. Insisto em que falem sobre sua decisão com pessoas que lhes são próximas e depois me telefonem. Então, mando-lhes um panfleto que reitera minhas advertências a fim de que tomem a decisão com pleno conhecimento.
Cerca de 30 por cento das pessoas que me procuram decidem, nesse ponto, não se submeter à hipnose. Essa é a decisão mais correta para elas, não importando suas razões. Se decidem prosseguir no processo, faço-lhes outra advertência verbal sobre os perigos potenciais e, no caso de ainda quererem, marcamos uma data para a sessão. Quando chegam para a primeira sessão de regressão hipnótica, já tivemos várias conversas e elas estão conscientes dos problemas que podem resultar das regressões. Também estão conscientes de que as lembranças podem não ser exatas nem verdadeiras.
Quando finalmente chegam a minha casa, subimos as escadas para o meu escritório no terceiro andar e conversamos por uma ou duas horas antes de começar a sessão de hipnose. Concordamos sobre qual evento de suas vidas desejamos investigar durante a sessão. Pode ser, por exemplo, um período de tempo que se perdeu, ou um incidente no qual acordaram para encontrar homenzinhos em pé, ao lado de sua cama. Elas então se deitam em meu sofá e fecham os olhos, e eu começo um relaxamento induzido que lhes permite concentrar-se e enfocar. Na primeira sessão, elas ficam freqüentemente confusas, pois não atingiram ainda uma “terra de sonhos”, ou porque se sentem quase em estado normal. Elas observam que podem discutir comigo, levantar-se para ir ao banheiro e fazer o que quiserem.
Nunca sei o que vai resultar de uma sessão de hipnose. Se o hipnotizado se lembra de uma experiência de abdução – e ocorrem ”alarmes falsos”, quando parece que pode ter ocorrido uma abdução mas não ocorreu -, eu começo a fazer uma série de perguntas cautelosas, geralmente como se fosse uma conversa informal, a partir do que eles estão dizendo. Alguns abduzidos contam suas experiências friamente, como se estivessem olhando o passado; outros liberam suas memórias como se estas estivessem acontecendo naquele momento.
Alguns se mantêm calmos com relação ao que lhes está acontecendo, outros ficam tão assustados que se torna difícil continuar, embora eu tente confortá-los durante a experiência. Alguns se lembram aos saltos, como se as memórias chegassem aos pedaços. Outros têm dificuldade em expressar as lembranças que lhes chegam em catadupas como numa inundação. Quase todos os abduzidos recordam suas experiências num misto de espanto, surpresa e familiaridade. Quando terminam, eles se lembram do que lhes aconteceu e conversamos por uma ou duas horas. Quando os abduzidos deixam meu escritório, já se passaram cerca de cinco horas.
Mesmo com minhas advertências e as discussões preliminares, cerca de 25 por cento desistem nesse ponto – estão muito assustados para prosseguir. Para os que prosseguem, eu conduzo tantas sessões de hipnose quanto possível. Eles desejam desesperadamente compreender o que houve e como isso influenciou suas vidas. Já conduzi até trinta e três sessões com uma pessoa, embora a média para os 110 abduzidos com quem trabalhei seja de seis sessões. Geralmente, evito investigar duas vezes o mesmo evento. Meu estilo de indagação não é interrogatório. Realizo um toma-lá dá- cá com os abduzidos, quando percebo que eles não se deixarão levar, mesmo inadvertidamente.
Eu os forço a pensar com cuidado sobre os fatos. Tento dar-Ihes perspectiva e a habilidade de analisar à medida que se lembram. Sobretudo, tento “normalizar” as lembranças, de modo que possam se liberar dos grilhões dos efeitos inconscientes e psicológicos da abdução, a fim de que  prosseguir em suas vidas sem o pensamento fixo em sua situação. Gosto de conduzi-Ios a um ponto em que não precisem mais da hipnose para compreender o que lhes está sucedendo. A hipnose não é fácil. Desde que uma pessoa queira ser hipnotizada, qualquer um pode praticá-la. A coisa se complica no momento de formular as perguntas certas no tempo certo e interpretar as respostas.
A dinâmica ideal entre aquele que hipnotiza e o abduzido depende do grau de conhecimento do fenômeno de abdução por parte de quem hipnotiza, sua experiência com a hipnose e os pressupostos de seu objetivo. Além disso, o hipnotizador deve ajudar o abduzido a enfrentar as memórias, por vezes traumáticas, intervindo terapeuticamente durante a sessão para dar-lhe segurança. Assim, um hipnotizador/pesquisador deve ter um conhecimento profissional de hipnotismo, um conhecimento efetivo do fenômeno de abdução, uma familiaridade com as fabulações mais comuns e falsas memórias, e habilidade terapêutica. Infelizmente, há poucas pessoas com estas qualificações.
Todos os pesquisadores competentes aprendem rapidamente que a memória é inconfiável. Não é fora do comum a pessoa lembrar-se de um acontecimento traumático de forma imprecisa. Os pesquisadores têm demonstrado que podem fazer com que algumas pessoas se lembrem de alguma coisa que nunca aconteceu. Uma discussão casual, mas calculada, de um evento pode inculcar “memórias” sem base na realidade. E também com o passar do tempo as lembranças se degradam, os acontecimentos se misturam e a fantasia invade a realidade. Fui extremamente afortunado por ter encontrado memórias confiáveis desde a primeira vez que conduzi uma sessão de hipnose.
Melissa Bucknell, de 27 anos, uma empregada de agência imobiliária, combinou comigo, antes da sessão, investigar um incidente que ocorrera quando tinha seis anos. Ela começou descrevendo um jogo com um amigo, num campo. Ela se abaixou para ver uma borboleta, imobilizou-se naquela posição, e sentiu-se flutuar em direção a um óvni. Seres de aparência estranha removeram suas roupas e a colocaram sobre uma mesa. Eles realizaram exames médicos e, para seu constrangimento, também realizaram procedimentos ginecológicos. Depois do exame, um aIienígena com a aparência mais humana, a quem ela chama de Sanda, conduziu-a para uma sala onde ela encontrou um pequeno ser.
Melissa foi forçada a tocar a cabeça do pequeno ser e imediatamente sentiu amor, calor e afeto emanando dele. Então, Sanda levou-a para outra sala, onde ela encontrou um conselho, de vários aIienígenas sentados, em torno de uma mesa. Os aIienígenas comentaram o quanto Melissa era boa, forte e brilhante e disseram que ela conservaria as mesmas qualidades quando adulta. Depois disso ela foi levada da sala, suas roupas lhe foram devolvidas e ela foi levada de volta ao campo onde estava antes. Mais tarde naquela noite, escutei a fita da sessão. Horrorizado, descobri que Melissa havia falado tão baixo que meu microfone perdera grande parte do que ela dissera. A fita não gravara quase nada.
Continuando a trabalhar com Melissa, três meses mais tarde sugeri que recapitulássemos nossa primeira sessão de regressão, explicando-lhe que tivera um problema com o gravador. Desta vez, Melissa estava menos segura do que acontecera. Ela disse que voara para dentro do óvni. Lembrava-se da parte ginecológica de seu exame, que mais uma vez estava constrangida para narrar. Ela contou como os seres a levantaram da mesa, a vestiram de novo e a levaram de volta ao campo. Mas, para minha surpresa, ela não relatou o encontro na sala com o pequeno alienígena cinzento, cuja cabeça tocara e cujo amor sentira. O encontro com os alienígenas em torno à mesa também foi omitido. Eu estava perplexo. Na primeira vez, Melissa falara do pequeno alienígena com grande emoção e convicção. Agora, quando lhe perguntei sobre o encontro, ela nem tinha certeza se havia acontecido.
Então, perguntei sobre o encontro com o conselho de pequenos alienígenas. Melissa pensou por um segundo e disse que talvez isso tivesse acontecido com outra abduzida, que era sua amiga. Ela tinha certeza de que não acontecera com ela. A experiência me ensinou uma lição valiosa porque percebi que, com toda a sinceridade e honestidade, os abduzidos podem, às vezes, lembrar-se de coisas que não são verdadeiras. Resolvi trabalhar com uma metodologia estrita que vigiasse a ocorrência de falsas memórias. À medida que minha pesquisa prosseguia e um abduzido relatava alguma coisa que eu não tinha ouvido antes, eu esperava a confirmação por outro abduzido que não conhecesse o testemunho. Passei a questionar cuidadosamente cada inconsistência, lacuna ou salto lógico.
Passei a procurar uma cronologia completa e tentar obter um relato segundo a segundo de cada evento de abdução, sem saltos, lacunas ou omissões. Nunca tive nem ouvi falar de outro relato de abdução no qual a abduzida tivesse sido forçada a tocar na cabeça de um alienígena para receber emoções amorosas. Ouvi relatos de aIienígenas sentados numa “escrivaninha” e que falam com a abduzida, mas as circunstâncias eram muito diferentes das do relato de Melissa. Além disso, Melissa nunca mais se lembrou de um evento parecido durante as suas mais de trinta sessões de abdução.
Tudo isso sugere que ela pode ter absorvido inconscientemente algum fragmento de memória de sua amiga abduzida e tê-Io confundido com os detalhes de sua própria história. Melissa me fizera um tremendo favor. Ela me ensinara sobre os perigos do testemunho hipnoticamente lembrado. Foi uma lição que aprendi com gratidão, lição que todos os hipnotizadores de abduções e pesquisadores devem aprender.
Memória de eventos normais
A memória normal não é bem compreendida. Os neurologistas sabem que o cérebro humano registra eventos e lhes dá um código de “prioridade”. Por exemplo, a lembrança de um crime testemunhado recebe uma prioridade superior ao passante que atravessa uma rua. O cérebro então organiza o material de acordo com o impacto sensorial. Ele primeiro coloca os componentes visuais, auditivos, olfativos e tácteis na memória a curto prazo e então, se os demais componentes são importantes, os armazena em miríades de neurônios que constituem a memória de longo prazo.
O cérebro tem um sistema de recordação para lembrar de vários modos: pensando sobre o evento; relacionando com outro evento para despertar a memória; ou ligando a memória a uma visão, um som, um cheiro ou um toque para facilitar a lembrança. A memória pode também residir no consciente de cada um, sem o mecanismo especial de lembrança, como nos casos de eventos traumáticos difíceis de esquecer.
A memória não é armazenada linearmente. Ela é armazenada num banco de dados “relacional”, no qual vários fragmentos de memória são colocados em vários “escaninhos” neurológicos. A data e a hora de um evento são armazenados num escaninho, o lugar em outro, os sons associados com o evento em outro, a cor e os cheiros ainda em outro escaninho, os sentimentos em outros e assim por diante. Cada um desses fragmentos de memória pode ser esquecido. Cada um pode se degradar e distorcer.
Às vezes uma pessoa se lembra de um fragmento de memória que só faz sentido se criar inconscientemente um cenário, mesmo que esse cenário seja fictício, para incorporá-lo. Em face das complexidades da memória, é de esperar que muitos críticos do fenômeno de abdução argumentem que as abduções são apenas truques que a memória fabrica para as pessoas. Eles se referem à síndrome de falsa memória, às memórias anteparo e à ”contaminação” pela mídia, para explicar os relatos de abdução. Eles também atacam o uso da hipnose para lembrar os eventos, sob o argumento que isso também pode suscitar memórias falsas.
São válidas suas objeções?
A síndrome de falsas memórias Os críticos do fenômeno de abdução acusam os abduzidos, freqüentemente encorajados por pesquisadores, de criarem, mesmo sem saber, fantasias de abdução. Que as pessoas têm falsas memórias é fora de dúvida. Em dadas circunstâncias, elas podem, por exemplo, inventar histórias complexas de abuso físico e sexual. As falsas memórias de abuso ocorrem quando as pessoas se lembram de eventos, geralmente da infância, que não aconteceram. Entretanto, os detalhes que as vítimas relatam podem ser extraordinários. Elas contam essas experiências com o impacto emocional de eventos reais. Alguns se lembram de cultos satânicos que os aterrorizaram e até mataram bebês em rituais de sacrifícios humanos.
Quando as “vítimas” são confrontadas com os fatos (os investigadores não encontraram bebês mortos; não há bebês dados por desaparecidos na época e lugar dos casos de abusos rituais), elas fornecem explicações revoltadas – como dizer que as próprias mães eram satanistas que entregaram seus bebês para os rituais e não denunciaram a sua falta. As pessoas podem criar falsas memórias com tanta convicção e sinceridade, que conseguem enganar alguns investigadores. O descobrimento de falsas memórias de abusos sexuais pode também causar grandes transtornos emocionais na vida das pessoas. Famílias podem ser dilaceradas, filhos afastados, ações judiciais podem ser propostas, e pessoas inocentes são acusadas e até mesmo presas injustamente.
A descoberta de falsas memórias é geralmente facilitada por um terapeuta que está convencido de que seu cliente foi abusado sexualmente (ou qualquer outro abuso referido pelas falsas memórias), mesmo que o cliente não tenha delas nenhuma lembrança. Por meio de persuasão insistente, o terapeuta inculca no cliente a ideia de que todos os seus problemas emocionais provêm da repressão de lembrança de algum trauma antigo. O terapeuta pode dizer ao cliente que, se pensar profundamente, ele se lembrará do evento traumático. A cura só pode começar, diz o terapeuta, se as lembranças começarem a surgir. O fato de não se lembrar significa que a vítima está reprimindo-o e a própria repressão torna-se ”prova” do abuso. Presa neste redemoinho, a vítima de um terapeuta honesto mas incompetente dificilmente conseguirá evitar o pior.
Finalmente, como no caso bem divulgado de Paul Ingram e suas filhas, os sujeitos “lembram-se” do abuso. Existem especialistas pesquisadores da síndrome de falsas memórias que têm uma longa experiência com alegações de abuso sexual e podem desmascarar falsas memórias. Entretanto, eles começaram a ampliar sua especialidade para áreas nas quais, desafortunadamente, não são competentes. O fenômeno de abdução tem se tornado um alvo irresistível. Por exemplo, o psicólogo e especialista em hipnose Michael Yapko escreve, em seu livro Sugestões de abuso, que o fenômeno de abdução é simplesmente uma questão de “fenômeno da sugestionabilidade humana”, que lhe causa “irritação e incredulidade.”
A psicóloga e especialista em memória Elizabeth Loftus, em seu livro O mito da memória reprimida, trata as abduções como atos de irracionalidade realizados por “pessoas que de outros modos são saudáveis e inteligentes”. Ela cita as afirmativas do psicólogo Michael Nash, que “tratou com sucesso” um homem que afirmava que lhe haviam tirado uma amostra de esperma durante uma abdução. Usando a hipnose e outras práticas terapêuticas, Nash acalmou o homem e o ajudou a retornar à sua rotina diária normal, mas, lamenta Nash: “Ele saiu do meu consultório tão plenamente convencido de que havia sido abduzido quanto quando entrou.” Loftus concorda com Nash de que o poder das falsas memórias desse homem fez com que ele continuasse a acreditar em sua história ridícula.
Loftus e Nash, juntamente com outros críticos, estão errados. Nem eles nem outros críticos jamais apresentaram provas de que os relatos de abdução são o produto da síndrome de falsas memórias (ou, de qualquer modo, outro motivo para as experiências sofridas pelos abduzidos). A razão pela qual eles não apresentaram essas provas reside na circunstância de não entenderem o fenômeno de abdução. Se assim não fosse, eles perceberiam que os relatos de abdução se diferenciam da síndrome de falsas memórias em cinco pontos.
  1. Em contraste com as vítimas da síndrome de falsas memórias, os abduzidos não relatam apenas experiências da infância. Eles se lembram, é claro, de eventos de abdução ocorridos na infância, pois o fenômeno de abdução começa na infância, mas também se recordam de eventos de abdução ocorridos na idade adulta. De fato, muitos relatos de abdução, diversamente dos relatos de falsas memórias, são relativos a fatos bem recentes. Das últimas 450 abduções que investiguei, cerca de 30 por cento ocorreram nos últimos 30 dias do relato e 50 por cento no último ano. Também investiguei eventos de abdução que me foram relatados algumas horas ou alguns minutos depois de sua ocorrência. Em 1991, por exemplo, Jason Howard, um professor de escola primária, dirigia-se para um encontro de apoio a abduzidos em minha casa. Ele colocou os sapatos, que guarda junto à porta da frente de sua casa. É a última coisa que ele faz antes de sair de casa. Subitamente, já se haviam passado quatro horas e Jason estava em seu quarto no andar superior. Ele me telefonou imediatamente dizendo que se lembrava vagamente de ter calçado os sapatos e depois deitado no sofá. Quando conduzi uma sessão de hipnose sobre esse evento, Jason lembrou-se de ter calçado um sapato e ter tido uma vontade irresistivel de se deitar no sofá. Lembrou-se de que os seres pequenos apareceram em sua sala e o flutuaram através do teto, diretamente para o interior de um óvni que estava esperando. Seguiram-se uma série de procedimentos, incluindo coleta de esperma e seqüências de visões. Os alienígenas o trouxeram de volta à sua casa, mas em vez de o colocarem no sofá, onde ele estava no começo da abdução, colocaram-no em sua cama no quarto de dormir do andar superior. Quando ele recobrou a consciência, percebeu que alguma coisa acontecera e me telefonou. O relato imediato desse evento não se enquadra na síndrome de falsas memórias. 
  2. Em contraste com as vítimas da síndrome de falsas memórias, os abduzidos têm corroboração indireta dos eventos. Eu estava ao telefone com Kay Summers, cuja experiência de abdução começou enquanto estávamos falando. Ela descreveu um barulho descomunal, às vezes associado com o início de uma abdução, e eu também ouvi o barulho ao telefone. A hipnose revelou, mais tarde, que logo depois que desligou o telefone ela foi abduzida. As falsas memórias não tomam forma simultaneamente à ocorrência de eventos atuais, durante os quais um pesquisador é um corroborador indireto.
  3. Em contraste com as vítimas da síndrome de falsas memórias, os abduzidos freqüentemente se lembram de eventos sem a ajuda do terapeuta. Eles podem se lembrar de eventos que aconteceram em momentos específicos de suas vidas. Eles sabem que determinado evento ocorreu e não precisam da terapia para recuperar suas memórias.
  4. Em contraste com as vítimas da síndrome de falsas memórias, os abduzidos desaparecem fisicamente durante o evento. O abduzido não está nos lugares habituais; as pessoas o procuram e não acham. O abduzido geralmente tem consciência de uma lacuna de duas ou três horas que nem ele nem ninguém sabe explicar. Essa corroboração física não ocorre na síndrome de falsas memórias.
  5. Em contraste com as vítimas da síndrome de falsas memórias, os abduzidos podem fornecer confirmação independente da abdução. Aproximadamente 20 por cento das abduções incluem duas ou mais pessoas que se vêem durante o evento de abdução. Às vezes eles relatam  isso ao investigador.
Além disso, é importante notar que, diversamente das vítimas da síndrome de falsas memórias, os abduzidos não experimentam as perturbações de sua vida pessoal depois que tomam consciência de sua situação. De fato, muitas vezes ocorre justamente o contrário. Quando os abduzidos se submetem à hipnose competente e compreendem a natureza de suas memórias, freqüentemente começam a ter controle intelectual e emocional dessas memórias. Eles se sentem mais confiantes à medida que percebem que seus pensamentos e temores inexplicáveis durante anos (por exemplo, medo de ir para o quarto à noite, lembranças de estar deitado numa mesa de uma sala estranha cercado de criaturas e se assustar diante de exames médicos) eram reações apropriadas a estímulos poderosos e desconhecidos. Rememorando os eventos, os abduzidos controlam os temores que os atormentavam durante anos e colocam suas vidas em ordem, embora saibam que o fenômeno de abdução não irá terminar. O conhecimento do fenômeno de abdução os ajuda a levar uma vida mais “integrada”, em vez de sofrerem dos poderosos efeitos perturbadores tão comuns às vítimas da síndrome de falsas memórias.
Memórias anteparo de abusos sexuais
Antes que a síndrome de falsas memórias se tornasse importante, os terapeutas presumiam que os relatos de abdução se deviam a memórias reprimidas e abusos sexuais na infância. Eles postulavam que como o abuso era tão traumático, a vítima inconscientemente transformava o abuso em relatos de abdução. Para enfrentar o terror, a pessoa vivia com o trauma mais “aceitável” de ser abduzida por alienígenas.
Não há provas para essa explicação. Não existem notícias de que um relato de abdução seja “memória anteparo” de abuso sexual. De fato, ocorre o contrário. Há provas de que as pessoas que se ”lembram’ de terem sido sexualmente abusadas foram, na realidade, vítimas do fenômeno de abdução. Jack Thrernstrom se lembra de estar andando com sua irmã num quintal cercado atrás de sua casa quando tinha doze anos. Durante a caminhada, Jack viu um homem com “óculos escuros” que abusou sexualmente dele. Jack não precisou os detalhes, mas se lembra de que retiraram suas roupas e expuseram seus órgãos genitais. Ele não tem certeza do que aconteceu a sua irmã, mas pensa que talvez ela tenha fugido. Ele nunca relatou o evento a ninguém, e durante os dezoito anos seguintes viveu com a memória traumática de que teria sido abusado sexualmente por um estranho.
Quando Jack rememorou o episódio numa sessão de hipnose, o homem de óculos escuros (MIB) resultou ser um alienígena, e o incidente não passava de um evento de abdução rotineiro, no qual Jack passou por um exame médico. Ele não havia sofrido abuso sexual. Jack criara uma ”memória” de fragmentos do evento que, horrível como deveria ter sido, fazia mais sentido para ele como sendo um abuso sexual. Em outro caso, “Julie” se lembrava de um evento ocorrido quando tinha dez anos. Ela estava em casa no bar do porão com seu pai e três vizinhos. Julie tem lembrança do seu pai segurando suas mãos sobre a sua cabeça enquanto os vizinhos a violentavam sexualmente.
Numa regressão hipnótica essa mulher revelou que isso havia sido um evento de abdução que começara quando ela estava no bar do porão com seu pai e seus amigos. O pai e dois dos vizinhos foram imobilizados e colocados em estado semiconsciente (“desligados”), durante o evento. Os alienígenas levaram a ela e um vizinho, o Sr. Sylvester, do porão para um óvni. Durante o evento de abdução, ela passou por visões de contato sexual entre um homem e uma mulher (ela pensa que o homem seria talvez o Sr. Sylvester). Quando o episódio terminou, os alienígenas a levaram de volta para o bar, juntamente com o vizinho. Ela não foi sexualmente violada naquela ocasião. O Sr. Sylvester, que ela detestou durante anos, resultou ser tanto vítima quanto ela.
Obviamente, nem todos os casos de abuso sexual são eventos de abdução. Uma abduzida lembra-se de ter sido violada sexualmente quando tinha treze anos. Ela não se lembra de como desceu as escadas até o quarto de seu assaltante sexual, também adolescente, e estava confusa sobre outros detalhes. Suspeitando que isso poderia ser uma memória anteparo de uma abdução, ela o estudou sob hipnose. Ela se lembrou do rapaz, de como desceu as escadas, do que aconteceu no quarto e do que aconteceu depois. Ela não se lembrou de ter visto alienígenas, ter sido transportada para fora da casa ou ter estado a bordo de um óvni. Ela foi violada sexualmente e não abduzida. 
Contaminação pela mídia
O seriado de televisão e os filmes Jornada nas Estrelas, em essência, tornaram-se parte da consciência americana. Milhões de pessoas viram essas narrativas fictícias de humanos e alienígenas, do mesmo modo que muitas pessoas viram relatos de abdução na televisão ou leram livros a respeito. A sociedade tem sido tão inundada com histórias sobre abdução por alienígenas que se tornou difícil para a maioria das pessoas escapar delas. Um relato de abdução “puro” está ficando cada vez mais difícil de obter. O problema da influência da mídia acerca dos óvnis e dos relatos de abdução têm empestado os pesquisadores de óvnis. No correr dos anos, os investigadores aprenderam a julgar cada aparição de óvni pelos seus próprios méritos, desenvolvendo uma metodologia para ”separar o joio do trigo”.
A credibilidade de uma testemunha, a qualidade da informação e os relatos corroborativos de outras testemunhas têm sido o critério na avaliação da validade de um relato. Os pesquisadores agora aplicam esse processo aos relatos de abdução. A contaminação da mídia representa um problema para a pesquisa de abdução? Não. Embora ocorra de tempos em tempos, de fato a maioria dos abduzidos são extremamente sensíveis aos perigos das influências culturais. Quando eles examinam suas memórias comigo, estão profundamente conscientes da possibilidade de que talvez tenham “pescado” um incidente e o tenham incorporado em sua narrativa. Nas primeiras sessões de hipnose, a auto-censura é tão forte que se torna um problema. As pessoas não querem dizer alguma coisa que dê a impressão de que são loucas e não desejam papaguear alguma coisa que tenha sido colhida na sociedade.
Elas estão tão preocupadas com essa contaminação que muito freqüentemente tenho de insistir em que verbalizem suas memórias e não as censurem. Quando os abduzidos me dizem o que eles lembram, suas narrativas em geral têm uma riqueza de detalhes que não poderia provir da contaminação da mídia. A mídia em geral dissemina muito pouca informação sólida sobre abduções. Que os abduzidos se lembrem e descrevam aspectos específicos dos procedimentos - detalhes que muitos abduzidos descrevem mas que nunca foram publicados – é extraordinário e milita fortemente contra as influências culturais. Um bom exemplo de ausência de contaminação da mídia é o livro, altamente controvertido, de Whidey Strieber, Comunhão, em 1987. Esse livro ficou na lista dos bestsellers do New York Times durante trinta e duas semanas e no primeiro lugar por quase cinco meses.
Whidey Strieber conta detalhes de suas experiências que não coincidem com o que diz a maioria dos abduzidos. Ele fala de ter sido transportado para uma ante-sala suja onde se sentou num banco, em meio a um grande barulho. Essa passagem altamente evocativa de seu livro foi tão impressionante quanto aterradora. Se a contaminação da mídia fosse um problema, seria de esperar que alguns dos abduzidos com quem trabalhei e que leram Comunhão descrevessem uma situação semelhante. Isso não ocorreu. Nenhum deles jamais disse ter se sentado numa sala suja ou cheia de roupa velha. Similarmente, o filme de Strieber, Comunhão, visto por milhões de pessoas, tem uma cena em que aparece um grupo de alienígenas azuis e gorduchos dançando. Nem eu nem meus colegas jamais tivemos um relato similar.
Apesar da aparente ausência de contaminação da mídia, todos os pesquisadores devem adotar uma atitude vigilante a respeito. É possível que não reconheçamos a contaminação da mídia se a pessoa incorporar apenas um pouco dela em sua narrativa, tornando-a parte e suas “memórias”.
Eventos conscientemente lembrados
Se os relatos de abdução não são parte de uma síndrome de influências sutis e insidiosas no cérebro da pessoa, dizem os críticos do fenômeno, os abduzidos deveriam poder lembrar-se conscientemente de suas experiências, bem como fornecer informações precisas aos investigadores. De fato, os abduzidos lembram-se conscientemente das abduções – às vezes fragmentos, às vezes seqüências longas e em algumas ocasiões até o evento completo. Muitas vezes esses relatos são precisos e detalhados e se enquadram de perto com os recuperados sob hipnose. Entretanto, com freqüência as memórias conscientemente lembradas são fortemente deturpadas, com detalhes torcidos de eventos verdadeiros e memórias “concretas” de eventos que não aconteceram. As memórias conscientemente lembradas podem ser um amálgama de fragmentos de uma abdução recriada numa seqüência lógica que não reflete a realidade.
Um excelente exemplo é o caso de Marian Maguire, uma mulher de sessenta anos com duas filhas adultas que acordou numa manhã de 1992 e conscientemente se lembrou de uma situação, acontecida anos antes, na qual se encontrava com a filha durante uma abdução. Ela lembrou-se de que estava segurando a mão da filha e, juntamente com outras pessoas, de ter sido “presa” à parede com um aparelho especial. Isso foi tudo do que se lembrou conscientemente, mas ela tinha certeza de que o evento ocorrera exatamente do modo como se lembrava. Eu nunca ouvira dizer que abduzidos fossem presos a uma parede. Algumas semanas mais tarde, Marian e eu exploramos o assunto numa sessão de hipnose.
Durante a regressão hipnótica, Marian teve dificuldade em se lembrar de ter andado até a parede, ter sido presa ali e depois ter sido solta. À medida que eu insistia, ela se tornava insegura sobre o que realmente havia acontecido. Ela percebeu que a parede continha pequenos quadrados negros. Enquanto Marian olhava para eles, eu perguntei o que ela enxergava abaixo. Eu esperava que ela mencionasse a parede ou o assoalho. Em vez disso ela disse “mãos engraçadas”. As mãos continuavam nos punhos, os punhos nos braços e assim por diante. Então, ela percebeu que estava encarando os olhos negros do alienígena. Ela não estava presa numa parede. Estava de pé numa sala com suas filhas e um alienígena se aproximou dela e olhou fixamente bem de perto em seus olhos.
Com o tempo, os olhos negros se transformaram em “grilhões” numa “parede” e a sua incapacidade de evitá-Ias se transformou na idéia de estar “presa” neles. Durante a hipnose, os grilhões se transformaram em ”quadrados”. Apesar de haver uma base real para a lembrança de Marian, os detalhes de que ela se lembrava conscientemente não aconteceram. Outro exemplo é o de Janet Morgan, mãe solteira com dois filhos que se lembrava conscientemente de uma experiência bizarra de abdução. Ela estava deitada sobre uma mesa, quando viu dois alienígenas lutando para trazer um jacaré vivo à sala. Eles colocaram o animal no chão ao lado da mesa, deitado de costas, e então, com uma faca, fizeram uma incisão, do tipo que em autópsia se chama mentopubiana, abrindo o seu corpo de alto a baixo.
O coitado do jacaré gemia e olhava para Janet. Essa lembrança traumática lançou-a numa longa depressão. De início, ela não desejava rememorar o evento hipnoticamente, pois temia que isso trouxesse de volta certos detalhes que iriam aprofundar ainda mais a sua depressão. Depois de passar um ano acabrunhada com o incidente, Janet decidiu corajosamente encarar a lembrança para conseguir controlá-la emocionalmente. Sob hipnose, a lembrança de Janet resultou ser parte de um complexo evento de abdução no qual os alienígenas realizaram nela muitos procedimentos diferentes. Eles fizeram um exame médico, recolheram um óvulo, forçaram-na a mergulhar numa piscina de líquido e realizaram uma varredura mental que lhe causou muito pavor. Então Janet encontrou-se sozinha numa sala, deitada numa mesa, tremendo de medo.
Os alienígenas entraram pela esquerda de Janet, puxando um jacaré que colocaram no chão ao lado da mesa onde Janet se encontrava. Observando o animal, Janet começou a perceber que ele não se parecia tanto com um jacaré; ela não via a cabeça e as patas do jacaré. De fato, tratava-se de um homem dentro de um saco de dormir verde. Quando os alienígenas abriram o zíper do saco, o homem olhou para Janet e gemeu. Nunca houve jacaré. Os alienígenas não cortaram a sua barriga. Algumas das memórias conscientemente lembradas mais comuns são dos primeiros e últimos segundos de uma abdução, quando a pessoa ainda está em seu ambiente normal. Os abduzidos muitas vezes se lembram de acordar e ver vultos de pé ao lado da cama. Mas, em vez de se lembrar de alienígenas, recordam-se de amigos ou parentes falecidos ou figuras religiosas.
Lily Martinson, por exemplo, uma corretora de imóveis, lembra-se do seguinte incidente, quando estava de férias com sua mãe nas Ilhas Virgens, em 1987. Adormecida em seu quarto de hotel, ela acordou e viu seu irmão falecido, de pé ao lado de sua cama; ela se lembrava perfeitamente de suas feições e achou a sua presença segura e confortadora. Quando examinamos a lembrança sob hipnose, entretanto, a descrição que Lily fez do irmão foi a de uma pessoa sem roupas, pequeno, magro, sem pêlos e com grandes olhos. Não era seu irmão. Embora tenha ficado desapontada por não ter visto seu irmão, ela ficou satisfeita em saber a verdade. De fato, os alienígenas criaram, talvez involuntariamente, um obstáculo singular para esconder a verdade dos eventos. É a questão das “memórias inculcadas” – imagens que os alienígenas colocam propositadamente nas mentes dos abduzidos.
Durante os procedimentos de visualização, os alienígenas podem mostrar aos abduzidos um grande número de imagens: explosões atômicas, meteoros chocando-se contra a Terra, o mundo partindo-se em dois, degradação ambiental, desastre ecológico, pessoas mortas encharcadas de sangue e espalhadas pelo chão, e sobreviventes pedindo socorro ao abduzido. Ou os alienígenas podem criar imagens de Jesus, Maria ou outros santos. Essas imagens têm o efeito de serem tão nítidas que os abduzidos pensam que os eventos “realmente” ocorreram, ou que eles “realmente viram” as figuras religiosas. Isso pode constituir um problema, principalmente se o investigador não está familiarizado com os procedimentos de visualização e deixa de identificar as memórias inculcadas.
Assim, Bety Andreasson, no livro pioneiro de Ray Fowler, O caso Andreasson, relata uma situação na qual “viu” um pássaro semelhante a uma fênix renascendo das cinzas. Ele era “real” para ela, que o relatou como uma ocorrência verdadeira. Já vi pessoas que se lembravam de figuras que se pareciam com Abrahan Lincoln usando uma cartola, homens de chapéu-coco, anjos, demônios e assim por diante.
Memórias lembradas durante a hipnose
A confiabilidade das memórias lembradas durante a hipnose depende não do hipnotizado, mas do hipnotizador. Usada erroneamente, a hipnose pode levar à confusão, fabulação, canalização e falsas memórias. Infelizmente, há um grande uso impróprio de hipnose na pesquisa de abdução. E, quando o evento de abdução é recuperado por um pesquisador que tem pouca experiência ou pouco treinamento nas técnicas de hipnose, tanto ele quanto o abduzido podem facilmente se iludir e acreditar que as coisas que aconteceram na abdução realmente se passaram.
Sugestionando a testemunha
Os céticos do fenômeno de abdução muitas vezes acusam os pesquisadores que usam a hipnose de “sugestionar” as pessoas para que acreditem que foram abduzidas. Dizem os críticos que há fatores culturais e psicológicos que forçam as pessoas a procurar um hipnotizador, que tem interesse emocional ou intelectual em que a pessoa seja realmente uma abduzida. E, mediante: sugestões sutis e interrogatório direto, a pessoa “lembra-se” de um relato de abdução inteiramente inventado. A “sugestão” é um sério problema na pesquisa de abdução, mas não da forma como os críticos afirmam. Quando pesquisadores ou hipnotizadores inexperientes escutam a história contada pelo abduzido, eles muitas vezes não distinguem as fantasias dissociadas, confabulações e falsas memórias, ou memórias inculcadas pelos alienígenas. O resultado é que a pessoa faz o hipnotizador ingênuo acreditar num cenário de abdução que, de fato, não ocorreu.
Esse tipo de sugestão, ao contrário, é mais bem exemplificada por uma situação hipotética. Suponhamos que um abduzido me procure para falar de suas alegadas experiências de abdução, e sob hipnose me conte que esteve a bordo de um óvni, se sentou no chão com alienígenas e jogou uma partida semelhante ao Monopólio, mas cujos nomes de ruas eram realmente estranhos. Se eu lhe fizer uma pergunta sobre nomes de rua, corro o perigo de cair numa sugestão ao contrário. Em meus mais de onze anos de investigação de abduções, nunca ouvi falar de alguém jogar partidas com os alienígenas e tenho de me assegurar que aquele evento realmente ocorreu como descrito, antes de me aprofundar no assunto.
Como sei que as pessoas poderão, às vezes, fabular, especialmente durante a primeira sessão de hipnose, eu imediatamente suspeitaria nesse caso que se trata de uma fabulação – embora tenha de lembrar que é sempre possível que os alienígenas tenham jogado uma partida de Monopólio com o abduzido. Eu prosseguiria com minhas perguntas para determinar se isso realmente ocorreu. Eu procuraria contradições e inconsistências, examinando o incidente sob diferentes perspectivas temporais, perguntando coisas que aconteceram antes e depois. Pediria ao abduzido que descrevesse a seqüência de eventos segundo a segundo procurando por pequenas incoerências na narrativa. Perguntaria se os alienígenas estavam sentados ou em pé, precisamente para onde eles estavam olhando e exatamente para o que eles estavam olhando.
Em outras palavras, procuraria pelos procedimentos de visualização dos alienígenas que poderiam ter inculcado essa imagem na mente do abduzido, fazendo com que ele pensasse que havia jogado uma partida com os alienígenas quando isso não ocorreu. Se o abduzido mostrasse inconsistência nas suas respostas, eu encararia o incidente com ceticismo. Se ele mantivesse sua história, eu pelo menos consideraria a matéria como “pendente” e esperaria por uma confirmação independente do caso, por parte de outro abduzido. Em contraste com a metodologia que delineei, o hipnotizador ingênuo, sem saber que estava sendo sugestionado, ouviria a história do jogo de Monopólio e perguntaria: “Quais os nomes das ruas?”
Essa pergunta indica sutilmente a aceitação por parte do hipnotizador, o que serve para reforçar o material fabulado como ”real” para o abduzido. Essa validação estimula o abduzido para mais fabulação. Uma forma inconsciente e inocente ocorre, e o abduzido começa a se “lembrar” de mais eventos que está só imaginando. (Esse estado mental é semelhante à “canalização”, na qual a pessoa, num estado auto-alterado de consciência, acredita que está recebendo comunicações de um espírito ou entidade invisível que responde a perguntas ou aconselha com sabedoria.) O abduzido inconscientemente conduziu o hipnotizador e o hipnotizador reciprocamente validou o abduzido. Os dois se juntam em confirmações mútuas, fabricando uma narrativa, que pode ter um grão de verdade, mas contém preponderantemente fantasia.
Fantasias mutuamente confirmadas
O exercício da pesquisa de abdução é excepcionalmente difícil - não somente por causa da natureza do material e de como ele é recolhido, mas porque o reconhecimento e as compensações desse trabalho praticamente não existem. Em vez disso, o ridículo e o menosprezo constituem as maiores “honras”. Acredito que quem coloca sua reputação em risco e se aventura nessa área merece os aplausos de todos os que dão valor à procura da verdade. Apesar disso, até os pesquisadores mais importantes às vezes caem em algumas armadilhas como as fantasias mutuamente confirmadas. John Mack, professor de psiquiatria da Universidade de Harvard e pesquisador de abdução, fornece um bom exemplo de fantasias mutuamente confirmadas. Crítico social conhecido nacionalmente e ganhador do prêmio Pulitzer, Mack ficou fascinado com o fenômeno de abdução em 1990, depois que assistiu a uma palestra de Budd Hopkins. Mack rapidamente reconheceu que o fenômeno de abdução não era uma criação mental e portanto possuía uma realidade externa.
Corajosamente, ele iniciou um exame completo do fenômeno, em detrimento de sua carreira em Harvard e do escárnio de seus colegas. No livro Abdução, Mack relata uma sessão de hipnose que conduziu com “Catherine”, na qual os alienígenas alegadamente mostraram a ela imagens, numa tela, de um cervo, um prado, desertos e outras ”vistas naturais”. Depois ela viu pinturas num túmulo egípcio e teve a impressão de que estava se vendo numa vida passada. Então, eles mostraram a ela um quadro de pinturas com a tinta descascando. “Então mudou para mim, eu estava pintando o quadro.” Mas naquela encarnação ela era um homem, e enquanto via a cena disse: “Isso faz sentido para mim… isso não é um truque.
Isso é informação útil. Isso não são eles trazendo bobagem como tudo o mais.” Catherine sentia agora que sua insistência no intercâmbio de informações se afirmara. Então, pedi a Catherine que falasse mais sobre essa sua imagem como um pintor num túmulo de uma pirâmide egípcia. Em resposta à minha pergunta, ela forneceu uma grande quantidade de informações… sobre o homem e seus métodos, e o seu ambiente. O que me impressionou foi o fato de… ela não estar tendo uma fantasia sobre o pintor. Em vez disso, ela era ele e podia “ver coisas totalmente do seu ponto de vista, e não como alguém que estivesse observando de fora”.
Catherine prosseguiu para “lembrar” muitos detalhes da vida e da pintura egípcia. Mais tarde, na sessão, ela disse a Mack que um alienígena lhe perguntara se compreendia o sentido da cena egípcia. Ela então percebeu que “tudo estava relacionado”, canyons, desertos e florestas. “Uma coisa não pode existir sem a outra e eles estavam me mostrando uma vida passada para que eu visse que estava relacionada com aquilo, e estava relacionada com todas essas outras coisas.” Catherine também se convenceu de que estava relacionada com os alienígenas. Resistir a eles significava que estaria lutando contra si mesma, e, portanto, não havia razão de lutar. Mack não apenas aceita a validade desse “diálogo” como também a interpretação dada por Catherine. Em vez de tratar todo o episódio com extrema cautela e ceticismo, ele não questiona sua aceitação de uma vida passada, sua impressão de relacionamento, sua impressão de que um pedido anterior de intercâmbio de informações teve resposta afirmativa e sua decisão de não resistir.
Catherine também disse a Mack que “eles estavam tentando me dominar pelo medo e por isso me assustaram tanto, porque eu ficaria saturada e superaria esta fase para iniciar coisas mais importantes”. Mais uma vez, Mack aceita a conversação sem vacilar e pede-lhe que “explique melhor como, assustando-a mais ainda, faria com que ela superasse o medo”. Essa pergunta solicita informações fora do objetivo de seu testemunho. Assim, Catherine contou a Mack os detalhes de como isso funcionava. A narrativa de Catherine continha uma vida passada, um “diálogo”, tentativas alienígenas de ajudar a abduzida, uma mensagem ambiental e desenvolvimento pessoal. Para um hábil hipnotizador de abduções, cada aspecto dessa narrativa seria suspeito.
Catherine poderia facilmente ter caído num estado dissociado no qual encarava suas fantasias internas como eventos externos que teriam se passado com ela. Se as imagens de sua vida passada entre os egípcios fossem verdadeiras, isso poderia ter acontecido durante uma seqüência de visualização, o que automaticamente significa que um procedimento mental de sugestão estava ocorrendo. Às vezes os abduzidos combinam procedimentos de visualização, sonhos e fantasias para compor lembranças de realidade externa. Sua interpretação dessas ”memórias” muitas vezes é mais dependente de sua credulidade pessoal do que as verdadeiras ocorrências. A menos que seja versado nos problemas que esses procedimentos mentais npresentam, o hipnotizador pode cair facilmente na armadilha de aceitar fantasias e pensamentos confusos como realidade. Mack não demonstra ceticismo a respeito dessa história.
Ele admira a ”articulação espontânea” de sua narrativa. Há outros hipnotizadores de abdução que, como John Mack, se tornam presas de erros metodológicos. Como parte de uma série de treze regressões hipnóticas com abduzidos, a psicóloga Edith Fiore apresenta uma longa transcrição de um evento extraterrestre no seu livro Encontros, publicado em 1989. Fiore acredita que o ato de relatar a informação real ou imaginária – tem valor terapêutico, e, portanto, está mais interessada no que os abduzidos pensam que aconteceu com eles do que no fato concreto ocorrido.
Ela descreve a regressão hipnótica de Dan, que se “lembra” de ter sido membro de uma força de ataque alienígena, ter destruído inimigos em outros planetas, ter visitado os planetas “Deneb” e ”Markel”, ter tomado uns drinques com o capitão, e outros detalhes de uma vida diária notavelmente terrestre. Um dia Dan estava diante das cascatas, olhando para as árvores. Era um dia lindo e calmo. Parecia que ele assumira o corpo de uma pequena criança humana.
  • Dra. Fiore: E onde está sua nave?
  • Dan: Eu sou uma criança, sem nave, sem responsabilidades. Só um belo dia de verão. Nada para fazer. Todo o dia livre. Só passear.
  • Dra. Fiore: Agora vemos você como essa criança. Vou perguntar como você fez a conexão e como virou criança.
  • Dan: Duas pessoas diferentes. A criança tem todas as lembranças. É como se aposentar. Você tem a chance de não fazer nada se viver muito. Ficar num lugar bonito e agradável.
  • Dra. Fiore: Como você conseguiu ser essa criança? (sic) …
  • Dan: Eu o encontrei naquela estrada. Na realidade o substituí.
  • Dra. Fiore: Agora vamos voltar para quando você se uniu a ele, vamos ver como você chegou àquela estrada.
  • Dan: Bêbado. Horrível, horrivelmente bêbado. Festinha boa. Na manhã seguinte… passeio na ponte. Dizer adeus.
  • Dra. Fiore: E então o que acontece?
  • Dan: Só eu hoje. Um de cada vez. Escolher um planeta. Escolher um fácil. Todo o mundo está rindo.
  • Dra. Fiore: Você diz que estava bêbado?
  • Dan: A noite passada, terrível ressaca.
  • Dra. Fiore: Onde você se embebedou? (sic)
  • Dan: No navio, no refeitório dos oficiais… Confusão, bebida.
  • Dra. Fiore: Que tipo de navio é esse?
  • Dan: Classe M. Grande. Cruzador; quatorze naves de desembarque; 3.500 tropas. Armados até os dentes.
Este interrogatório validou o que o hipnotizado estava dizendo e sutilmente confirma a sua autenticidade. Fiore diz mais tarde que as lembranças deram a Dan uma “melhoria na sua autoconfiança e uma maravilhosa paz interior”. E ela acredita que cada uma das experiências de que seus analisados se lembram “verdadeiramente aconteceram como eles se recordaram”. Claramente, esse cenário de modo algum se ajusta ao cenário que conhecemos de abdução, embora existam algumas poucas semelhanças (adultos híbridos às vezes usam uniformes paramilitares).
Em vez de focalizar um incidente e reunir os dados de forma crítica e cuidadosa, Fiore alterna nove “encontros” na primeira regressão hipnótica com Dan – que nas mãos de um hipnotizador inexperiente de abduções pode resultar numa narrativa confusa e superficial. Mais ainda, Dan sabe a resposta a praticamente todas as perguntas relativas aos fatos de vida numa nave. Essa segurança do conhecimento da matéria geralmente é um forte indicador de fabulação:
  • Dra. Fiore: Existe alguma homossexualidade?
  • Dan: Alguma.
  • Dra. Fiore: E como isso é encarado?
  • Dan: Tolerado. Não favoravelmente, mas tolerado.
  • Dra. Fiore: Há problemas com o controle da natalidade?
  • Dan: Não.
  • Dra. Fiore: Por que é assim?
  • Dan: Remédios, injeções.
  • Dra. Fiore: Com que freqüência são aplicadas?
  • Dan: Cada viagem.
As chances de que isso seja uma fantasia dissociada são muito grandes. Em 1989, quando a Dra. Fiore investigou o caso, ela poderia ser mais bem servida se instituísse critérios de credibilidade pelos quais só aceitaria material que fosse confirmado por outros que não conhecessem o testemunho anterior. Mas Fiore e Mack eram terapeutas que não possuíam treinamento como investigadores. Seu enfoque nos relatos de abdução é muito diferente dos pesquisadores mais empiricamente orientados. É importante compreender que, apesar de seus problemas metodológicos, Mack e Fiore, como outros hipnotizadores, revelam muito dos procedimentos de reprodução que constituem o cerne da experiência de abdução.
Entretanto, por causa de seu treinamento, eles não estão particularmente interessados no que aconteceu com o abduzido. Para Mack, assim como para muitos terapeutas, a investigação das circunstâncias reais das experiências de um cliente não é uma preocupação primordial. A descoberta do que aconteceu com o abduzido é menos importante do que o cliente pensa que lhe aconteceu – a precisão e a veracidade da narrativa têm pouca importância. Como disse Mack: ”A questão de se a hipnose (ou qualquer outra modalidade que nos ajude a atingir realidades fora ou além de nosso mundo físico) revela com exatidão o que de verdade ’aconteceu’ pode ser imprópria.
Uma questão mais útil seria se o método de investigação pode dar informações que sejam consistentes entre os que tiveram a experiência, traz convicção emocional e aumenta o nosso conhecimento dos fenômenos que sejam significativos para a vida de quem teve a experiência e a cultura maior” (itálico no original). Assim, quando Mack conduz uma hipnose, ele primeiro explica ao cliente que está “mais interessado na sua integração com as experiências rememoradas, à medida que o processo prossegue, do que em ‘saber a história’. A história… se ajustará no seu devido tempo”. A verdade ou falsidade das experiências de uma pessoa – a cronologia, a lógica procedural e a percepção exata de um evento – têm papel secundário na metodologia de Mack.
Mas ele declara que seu “critério para incluir ou acreditar numa observação do abduzido é simplesmente se o que está sendo narrado foi percebido como real por quem teve a experiência e se me foi comunicado sinceramente”. Os fatos têm papel limitado, quando Mack encara um evento de abdução. Fiore age do mesmo modo. Ela declara: “Porque minha preocupação primordial é ajudar as pessoas, não importa para mim se os pacientes/sujeitos relatam corretamente a cor da pele dos alienígenas, por exemplo. O importante para mim é que os efeitos negativos do encontro sejam liberados através das regressões.”
A dedicação de Mack e Fiore em ajudar os abduzidos é inquestionavelmente apropriada. Eles merecem elogios pela sua dedicação desinteressada, ajudando as pessoas a compreender o fenômeno de abdução. A terapia deveria ser a prioridade máxima de todos os pesquisadores. Mas a relutância deles (e de outros hipnotizadores) em separar os fatos da fantasia leva a uma aceitação ingênua de narrativas que deveriam ser encaradas com suspeita. Isso marca as suas técnicas de pesquisa e resulta em interrogatório que confirma as fantasias. A fantasia mútua – uma forma sutil de sugestão – é um problema muito mais significativo para a pesquisa de abdução do que a formulação de perguntas sugestivas. Por exemplo, o psicólogo Michael Yapko fez uma pesquisa entre terapeutas para saber como eles pensam que a memória funciona. Yapko descobriu que a maioria dos clínicos não tinha conhecimento dos problemas da memória e acreditava que a hipnose sempre revela a verdade.
Muitos pesquisadores caem na armadilha da fantasia mútua, quando aceitam tudo o que o abduzido diz sob hipnose. Os pesquisadores que se filiam à Nova Era perpetuam o problema quando aceitam, sem criticar, uma larga variedade de narrativas “paranormais”. Vidas passadas, vidas futuras, viagens astrais, aparições de espíritos, visitações de santos – tudo assume legitimidade antes mesmo de o hipnotizador crédulo começar sua pesquisa de abdução. Quando o abduzido relata histórias com falsas memórias, o hipnotizador crédulo é incapaz de reconhecê-las e está disposto a levá-las a sério. É fácil para um hipnotizador inexperiente ou ingênuo “acreditar”, pois a maioria não têm um conhecimento do fenômeno de abdução baseado em fatos.
Alguns hipnotizadores chegam mesmo a se orgulhar de sua falta de conhecimento sobre a abdução. Eles argumentam que sua ignorância lhes dá uma “posição de isenção”, de modo que seu interrogatório não se deixa corromper com o que eles “trazem à mesa”. Entretanto, o que eles trazem é a sua incapacidade de separar fato de ficção. Aceitando sem crítica (e não desafiando), assumindo ingenuamente que aquilo que é dito sinceramente é correto, e defendendo essa situação como ”realidade”, os pesquisadores inexperientes e ingênuos turvam as águas para os investigadores, permitem que as pessoas pensem que os eventos que aconteceram com elas não são verdadeiros, e aumentam a incredulidade do público em geral.
Fabulação de abdução
A fabulação de abdução é um problema freqüente, especialmente nas primeiras sessões de hipnose. A primeira sessão de hipnose é sempre a mais difícil, pois pode ser muito assustadora. Muitas pessoas imaginam erroneamente que revelarão detalhes de sua vida pessoal, ou ficarão à mercê do “mau” hipnotizador. Depois que passam as primeiras sessões, entretanto, os abduzidos se sentem mais confortáveis com o hipnotizador e com a hipnose. Como resultado, suas memórias se tornam mais fáceis de recolher e também mais nítidas. A fabulação ocorre tipicamente em três áreas características:
  1. Aparência física dos alienígenas. A área mais comum de ser distorcida é a descrição da aparência física dos alienígenas. Muitos abduzidos garantem que podem ver todas as partes dos corpos dos alienígenas, menos as suas faces. Muitos abduzidos pensam que os alienígenas estão distorcendo propositadamente ou limitando o seu campo de observação para impedir o choque de ver suas faces. A prova não confirma isso. Como o fenômeno de abdução começa na infância, a maioria dos abduzidos vê a face dos alienígenas muitas vezes. Uma vez que o abduzido se acostume com a lembrança dos eventos e fique menos assustado com o que encontra, ele em geral vê claramente a face do alienígena. Igualmente, a princípio os abduzidos tendem a descrever os alienígenas muito mais altos do que eles na verdade são, não percebendo que estão olhando para os alienígenas da mesa onde estão deitados. Eles também descrevem os alienígenas como sendo de cores e feições diferentes. De fato, a maioria dos alienígenas são pequenos, bem pequenos, e não têm feições distintas, exceto pelos grandes olhos. Durante uma investigação hipnótica competente, os abduzidos reconhecem seus erros e se corrigem sem ajuda ou sugestão do hipnotizador.
  2. Conversação. Uma outra área prevalente de fabulação é o diálogo dos alienígenas. Embora a conversação dos alienígenas nos tenha dado os maiores conhecimentos sobre os métodos e objetivos do fenômeno de abdução, os pesquisadores devem ser extremamente cautelosos. Os abduzidos relatam que toda a comunicação com os alienígenas é telepática, bem como a comunicação entre os alienígenas. Quando perguntados sobre o que significa “telepática”, os abduzidos dizem que recebem uma impressão que é automaticamente traduzida em palavras, e pensam que essas palavras estão vindo dos alienígenas. Os pesquisadores ingênuos frequentemente aceitam o diálogo dos alienígenas sem verificá-lo, não percebendo que todo ou algumas porções do diálogo podem vir da mente dos abduzidos. Os abduzidos às vezes caem no modo “canalizador” – no qual o abduzido “ouve” mensagens de sua própria mente e pensa que estão vindo de fontes exteriores – e o pesquisador deixa de perceber isso. Alguns pesquisadores basearam muito do seu conhecimento em diálogos suspeitos. Somente os pesquisadores experimentados podem separar os diálogos característicos da conversação dos alienígenas do diálogo fabulado.
  3. Intenções dos alienígenas. A terceira área de fabulação é a interpretação das intenções e dos objetivos dos alienígenas. Por exemplo, quando perguntados sobre o uso de um dispositivo mecânico específico durante uma abdução, a maioria dos abduzidos responde “eu não sei.” Alguns, entretanto, dão uma resposta porque lhes parece razoável: “Esta máquina tira fotografias dos meus músculos, como uma máquina de raios X.” A menos que o investigador estabeleça de modo firme e confiável que os alienígenas disseram isso ao abduzido – e que o abduzido não inventou o diálogo – deve-se reconhecer que o abduzido não sabe a função da máquina e está simplesmente completando a sua memória.
O investigador também deve ser extremamente cuidadoso com os relatos dos abduzidos sobre o que os alienígenas estão fazendo. Os alienígenas raramente fornecem as razões para procedimentos específicos, mas alguns abduzidos rotineiramente, sim. Novamente, terapeutas e investigadores ingênuos tendem a aceitar esses relatos como são feitos.
Alguns pesquisadores reinvestigam o mesmo material repetidamente em diversas sessões de hipnose, sem perceber que, se a narrativa contém fabulações e distorções, ela pode entrar na memória normal como “fato”. Hipnoses repetidas sobre um evento tendem a confirmar o “fato” e muitas vezes torna-se impossível distinguir o que é real e o que não é. Por outro lado, quanto mais sessões forem realizadas sobre eventos diferentes num abduzido com um investigador competente, maiores serão as possibilidades de descobrir as fabulações e estabelecer uma narrativa precisa.
Hipnose competente
Um hipnotizador experiente e competente faz testes para determinar até que ponto as pessoas que fazem relatos de abdução são sugestionáveis. Fazendo perguntas propositadamente indicativas, ele pode facilmente dizer se a pessoa é sugestionável. Na primeira sessão de hipnose, por exemplo, muitas vezes pergunto à pessoa se ela viu os queixos “largos” dos alienígenas. Pergunto se a pessoa pode ver os cantos do telhado. Pergunto se os alienígenas são gordos. As respostas a essas perguntas deveriam ser “não”, de acordo com todas as provas que já recolhemos. Se a resposta é ”sim”, levo em conta a sugestionabilidade da pessoa, quando avalio a veracidade e a precisão do relato.
O pesquisador John Carpenter, de Springfield, Missouri,  conseguiu desenvolver essa linha de interrogatório no nível de uma ciência. Ele criou uma lista de perguntas enganadoras – algumas óbvias, algumas sutis para colocar imagens erradas na mente dos abduzidos. Na primeira sessão de hipnose, ele faz essas perguntas ao novo hipnotizado, que quase sempre responde “sim”; a maioria dos abduzidos se recusa a ser influenciado e quase sempre dá as respostas negativamente, contradizendo ou corrigindo o hipnotizador.
O primeiro incidente de abdução que recebeu publicidade generalizada foi o caso de Barney e Betty Hill, publicado em revistas e livro. Usando hipnose, o psiquiatra Benjamim Simon tentou fazer com que os Hill caíssem em contradição e sugerir que eles haviam inventado a história.
Barney e Betty Hill.
Ele nunca conseguiu que os dois caíssem em armadilhas.
  • Simon: A sala de operações do hospital era azul?
  • Barney: Não, havia luzes ofuscantes.
  • Simon: Você teve a impressão de que seria operado?
  • Barney: Não.
  • Simon: você teve a impressão de que estava sendo atacado?
  • Barney: Não.
Durante outra sessão, Simon tentou novamente insistir com Barney.
  • Simon: Um momento. Betty não lhe contou isso enquanto você estava dormindo?
  • Barney: Não. Betty nunca me contou isso…
  • Simon: Sim, mas ela não lhe disse que vocês foram levados a bordo?
  • Barney: Sim, ela disse.
  • Simon: Então ela lhe descreveu tudo o que havia a bordo e que ela foi abordada por aqueles homens?
  • Barney: Não. Ela não falou comigo que foi abordada por nenhum homem. Ela não sonhou com isso.
Em outra ocasião, Simon sugeriu a Barney a possibilidade de que o incidente poderia ser o resultado de uma alucinação. Barney discordou. A exatidão de um relato de abdução depende, em grande parte, da habilidade e da competência do hipnotizador. A memória é falível e há muitas influências que prejudicam a sua precisão. A hipnose, conduzida cautelosamente, pode ser uma ferramenta útil e precisa para revelar memórias de abdução. A hipnose competente pode indicar a origem das falsas memórias e desenredar a teia de memórias confusas. O resultado é preciso, consistente, rico em detalhes e em histórias corroborativas de abdução que desvendam os seus segredos e aprofundam o nosso conhecimento.
As abduções são críveis?
Com os problemas de recuperação e interpretação de memória, será possível que o fenômeno de abdução seja uma fantasia criada psicologicamente? A resposta é não, devido, em parte, à prova de que o fenômeno de abdução não se baseia exclusivamente na memória e nos relatos hipnóticos. Existem também provas concretas. Quando são abduzidas, as pessoas não aparecem nos lugares onde são esperadas – há quem chame a polícia, organize buscas, os pais ficam desesperados.
Um exemplo indireto de falta física durante uma abdução ocorreu quando a irmã mais nova de Janet Morgan, Beth, foi tomar conta de sua sobrinha Kim, de seis anos, enquanto Janet saía para um encontro. Tanto Janet, uma mãe solteira que trabalhava como secretária, quanto sua filha já haviam sofrido várias abduções. Beth, que também já experimentara eventos suspeitos mas não investigados, já havia tomado conta de Kim antes e conhecia seus hábitos. Naquela noite, Kim estava sentada no sofá da sala vendo televisão e Beth resolveu tomar um banho, pois a criança estava ocupada. Ela encheu a banheira e entrou na água com um romance e começou a ler. Uma “névoa mental” desceu sobre ela e Beth ficou sentada na banheira com o livro aberto na mesma página por mais de uma hora. Subitamente, ela jogou o livro fora, pulou da banheira e pensou, ”Kim!” Vestiu-se apressadamente e correu para ver se a criança estava bem.
Kim não estava no sofá. Beth correu todos os quartos da casa chamando por ela. Voltou à sala e olhou atrás do sofá e no armário. Então, procurou pelos quartos outra vez. Entrando em pânico, saiu para a rua, gritando por Kim. O vizinho do lado perguntou qual era o problema. Beth lhe disse que Kim havia desaparecido. O vizinho entrou na casa para procurar e encontrou Kim adormecida no sofá, bem à vista. Kim havia sido abduzida, Beth havia sido “desligada” e quando voltara a si, um pouco antes, Kim ainda não havia voltado do evento. Kim saíra da casa e sua ausência fora notada. Muitas abduções ocorrem a mais de uma pessoa, e, para reforçar a prova, pessoas que nunca ouviram falar do fenômeno de abdução já foram abduzidas. Uma Allison Reed preocupada me telefonou para dizer que seus filhos, presos de pânico, estavam se lembrando de eventos de abdução, sem nada saber do assunto. Ela e seu marido têm uma história de experiências pessoais fora do comum que sugere atividade de abdução. Na época do telefonema de Allison, em 1993, seu filho Brian tinha sete anos e sua filha Heather tinha quatro. Ambos fizeram desenhos de alienígenas e descreveram como flutuaram de seus quartos e através da janela para um óvni que estava esperando. As crianças relataram detalhes de incidentes que só são conhecidos pelos pesquisadores de abdução veteranos e que não poderiam ter visto na mídia. Heather, por exemplo, contou à sua mãe uma conversa que tivera com um alienígena feminino:
“Ela tentou me fazer crer que era minha mãe, mas eu sei que ela estava tentando me enganar.” Heather disse isso para assegurar à mãe que não se deixaria enganar e sabia muito bem quem era sua verdadeira mãe. O fato de duas pessoas serem abduzidas juntas e verificarem a presença uma da outra durante a abdução é outra prova adicional do fenômeno. Janet Morgan e sua irmã mais velha, Karen, foram abduzidas juntas muitas vezes, juntamente com outros membros de suas famílias. Cada uma delas pode se lembrar independentemente da abdução e descrever em detalhe o que aconteceu à outra, sem que tenham falado antes sobre o evento. Apesar das dificuldades no estudo do fenômeno de abdução, ele começa a revelar os seus segredos. Os procedimentos que os alienígenas empregam estão podendo ser estudados e analisados. E as razões para esses procedimentos são tanto deletérias quanto terrificantes.  
Continua…

Via http://thoth3126.com.br/a-ameaca-alienigena-parte-3/

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